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Sábado, 27 de Abril de 2024

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Viagem Literária
Ruy Castro convida para 'encontro de solidões'

Biógrafo que se tornou referência no mercado editorial participa do projeto Viagem Literária

Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
21/10/2008 | 07:00
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Biógrafo que se tornou referência no mercado editorial, Ruy Castro participa do projeto Viagem Literária, nesta quarta-feira, às 10h, na Biblioteca Paul Harris, em São Caetano e, às 19h30, na Biblioteca Guimarães Rosa, em São Bernardo. Durante os eventos, que têm entrada franca, o escritor falará sobre suas experiências profissionais e responderá perguntas formuladas pelo público.

"Encontrar os leitores é a coisa que mais gosto de fazer. Como diz minha mulher, Heloísa Seixas, é o encontro entre duas solidões: a de quem escreve e a de quem lê", afirma Castro. Curiosamente, o autor de best-sellers como Estrela Solitária, sobre o jogador Garrincha, e O Anjo Pornográfico, que narra a trajetória do dramaturgo Nelson Rodrigues, diz que pretende, daqui a alguns anos, voltar a ser um leitor.
"Leio muito, mas a trabalho. Raramente, leio por prazer, só à noite, quando já estou deitado na cama."

Mas se engana quem pensa que essa mudança deverá afastá-lo das produções, já que não lhe faltam projetos para o futuro. Em 2009, estréia o musical baseado no livro Era no Tempo do Rei, com adaptação de Heloísa e músicas de Aldir Blanc e Carlinhos Lyra. Inspirado no romance histórico sobre o Rio de Janeiro do começo do século 19, o espetáculo terá direção e produção de Claudio Botelho e Charles Möeller (de A Noviça Rebelde e Sweet Charity).

Ainda em fase embrionária, como define o escritor, estão os projetos de um livro de fotos com material coletado durante a produção de sua mais recente biografia: Carmen, sobre Carmen Miranda.

Imprensa - Antes de se dedicar às pesquisas minuciosas sobre a vida dos biografados, o que decidiu fazer a partir de 1988, Castro foi repórter durante duas décadas. Passou pelas principais redações do País, entre elas a do Pasquim, mítica publicação que sintetizou as transformações políticas e culturais ocorridas no fim dos anos 1960 e início da década de 1970. "Fiquei dos 20 aos 40 anos em redação. Aprendi a ler aos cinco anos, lendo jornais, e já sabia que seria jornalista. Na época, tinha muitos filmes norte-americanos que se passavam em redações."

Ao lado de medalhões da imprensa, como Paulo Francis e o cartunista Jaguar, o escritor colecionou casos hilários, como o da entrevista concedida ao jornal pelo lendário líder comunista Luís Carlos Prestes. "Um dia, o Tarso de Castro (editor do Pasquim) perguntou: ‘Prestes, o senhor entuba?'. O Prestes não entendeu nada e a entrevista saiu sem a resposta", relembra, aos risos, o biógrafo. Segundo ele, a gíria ‘entubar' era usada entre os irreverentes jornalistas do Pasquim quando se referiam a homossexualismo.

Biografias - Castro revela que suas biografias nascem "de um estalo na cabeça" ou da análise de algumas informações. "Começo a pensar naquilo e tento encontrar um personagem interessante, cercado de muitas pessoas e numa época também interessante. Depois, descubro que já vinha pensando nele há muitos anos."

O escritor faz uma analogia entre seu ofício e os desfiles carnavalescos. "O Chega de Saudade (livro sobre a bossa nova) foi difícil para mim porque era muita gente, figurantes e protagonistas. Tinha de contar histórias de muitas pessoas ao mesmo tempo. É mais ou menos como concentração de escola de samba: as alas vão se juntando e quando você vê está tudo pronto, alguém apita e a escola sai."

Viagem Literária - Nesta quarta-feira, às 10h. Na Biblioteca Paul Harris - Av. Dr. Augusto de Toledo, 255, São Caetano. Tel.: 4229-1214.Nesta quarta, às 19h30. Na Biblioteca Guimarães Rosa - Av. João Firmino, 900, São Bernardo. Tel.: 4351-5422. Grátis.




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