A Rede de Sustentabilidade, sigla em criação capitaneada pela ex-senadora Marina Silva, definiu meta de angariar 30 mil assinaturas no Grande ABC. O planejamento foi traçado ontem durante o terceiro encontro regional, na Câmara de Santo André, que também escolheu o próximo dia 9 como data para fazer balanço sobre quantas pessoas vão apoiar o novo partido até lá.

De acordo com ambientalista do MDV (Movimento em Defesa da Vida) Virgílio Alcides de Farias, escolhido para ser o porta-voz do evento, a estrutura para atingir o número de rubricas programado já foi definida. "Mais de 80 pessoas participaram do nosso encontro. Definimos os grupos que vão buscar assinaturas em cinco cidades da região. Não tivemos a participação de pessoas de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra", explicou.

Os núcleos definidos por cidade não elegeram lideranças. A estratégia foi tomada para evitar que a sigla opere no mesmo modo de legendas tradicionais. "Não queremos um cacique que mande e desmande. A Rede não tem dono", declarou Farias. São Bernardo, Santo André e Diadema foram as cidades com maior número de apoiadores presentes ao evento, segundo o ambientalista.

Farias avaliou que alcançar a meta estabelecida é um desafio positivo pelo fato de a região ser o berço do PT. "É um número interessante, afinal, foi aqui que o Partido dos Trabalhadores nasceu e cresceu." O Grande ABC conta com cerca de 1,9 milhão de eleitores aptos a avalizarem a criação da rede.

"Queremos enredar a sociedade e democratizar a democracia. Queremos libertar o povo da ditadura dos partidos, porque quem paga mais é que manda. Não queremos ter lideranças, a liderança será a população. Queremos dar mais uma opção para os eleitores além desses partidos esgotados", discursou o ambientalista, que teve passagens pelo PT e PV. "Saí do PV porque descobri que é um partido que também tem dono."

PRESENÇA

Até então, a adesão de lideranças locadas em outros partidos e com mandato à nova sigla é tímida na região. O vereador de Santo André Almir Cicote (PSB), que já havia acompanhado outras atividades da Rede, marcou presença novamente no encontro. O socialista nega que esteja trocando de agremiação, alegando que apenas apóia a nova legenda.

Surpresa foi a presença do ex-vereador e ex-prefeiturável de São Bernardo Ademir Silvestre (PSC). Ele foi secretário de Habitação da cidade e chegou a ter embates com movimentos em defesa do meio ambiente e de moradia popular. "Temos sempre que olhar as coisas positivas que o companheiro fez. Às vezes fez coisas ruins porque estava mal acompanhado", comentou Farias.

Lançada no último dia 16, a sigla já busca assinaturas de apoio em toda a região. Para conseguir registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Rede precisa de 500 mil assinantes em nove estados do País. O prazo para atingir o número e conseguir disputar o pleito de 2014 expira em outubro.

Sigla quer apoio de Ribeirão Pires e Rio Grande

Os apoiadores da Rede de Sustentabilidade no Grande ABC querem expandir a atuação em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Os municípios foram os únicos da região que ainda não mostraram interesse pela nova sigla.

De acordo com o porta-voz do encontro regional de ontem, Virgílio Alcides de Farias, uma das cidades vai sediar encontro da Rede no dia 31 de março. "Estamos buscando um espaço em Ribeirão Pires, mas se não conseguirmos, vamos tentar em Rio Grande da Serra."

Com a organização do evento, a esperança da Rede é que os agentes políticos locais possam conhecer de perto as propostas do novo partido. "A ideia é convidar a sociedade desse pedaço do Grande ABC para se enredar", explicou Farias. Assim como nas outras cidades da região, a nova legenda pretende destacar núcleos para a coleta de assinaturas, com o objetivo de conseguir as 500 mil necessárias para o registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Com ênfase na defesa do meio ambiente e desenvolvimento sustentável, os dois municípios que contam com boa parte do território em áreas de preservação são bem avaliados pela Rede.