O setor da construção civil do Grande ABC registra praticamente estabilidade do nível de emprego, neste ano, apesar da desaceleração da economia e da crise em indústrias importantes para a região, como a área automotiva. De janeiro até agosto, o segmento ampliou o contingente de empregados em apenas 0,72% em relação a dezembro de 2013, com a geração de 322 postos de trabalho em obras de construtoras nos sete municípios, de acordo com levantamento do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) divulgado ontem. Atualmente, a atividade conta, em sua base na região, com 45.184 trabalhadores. A pesquisa também aponta ligeira expansão, de 1,36% (606 vagas a mais) nos últimos 12 meses.

Os números, embora tímidos, são positivos, mesmo nesse cenário de recessão, observa o diretor da regional do SindusCon-SP do Grande ABC, Sérgio Ferreira Santos. “Não estamos crescendo como gostaríamos, mas estamos mantendo”, diz.

Os dados da região são melhores que na média do Estado, onde também houve estabilidade no ano (alta de 0,32%), mas foi registrada redução (de 1,32%, ou quase 12 mil vagas) nos últimos 12 meses. Em âmbito estadual, a atividade emprega 864 mil pessoas.

Por sua vez, o número de pessoas empregadas no setor no País chegou a 3,518 milhões em agosto, total que também representa leve alta de 0,08% na comparação com julho deste ano e queda de 0,49% em relação ao mesmo período de 2013.

Santos destaca que, mesmo com a redução nas vendas de imóveis residenciais – queda de 16,7% no primeiro semestre ante igual período de 2013, de acordo com outro levantamento, divulgado recentemente pela Acigabc (Associação das Construtoras, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) –, a atividade está conseguindo se equilibrar. É bom lembrar que a comercialização recuou, mas o número de lançamentos na região até aumentou de janeiro a junho, com crescimento de 18,5%.

Ainda em relação aos dados do SindusCon-SP, em agosto houve a perda de 485 postos de trabalho nos sete municípios, mas, para Santos, isso pode ser algo pontual, pela conclusão de uma ou duas obras.

CONFIANÇA - O dirigente da regional do SindusCon-SP segue otimista em relação às perspectivas do setor. Ele considera que, neste período que antecede o processo eleitoral, há muitas incertezas em relação aos rumos da economia, o que faz com que os consumidores adiem a decisão de comprar imóvel. “Trata-se de um investimento alto, e as pessoas ficam com medo do que pode vir a acontecer. Por isso, eu acredito que, após a eleição, a construção vai voltar a crescer”, afirma.