A vereadora de Ribeirão Pires Mercedes D'Orto (PV) estuda deixar o partido, que teria pressionado a parlamentar para deixar o posto de líder do governo na Câmara. A legenda municipal defende que a bancada no Legislativo deve ser oposição ao prefeito Saulo Benevides (PMDB).

O primeiro problema entre a sigla e a Mercedes ocorreu na semana passada, quando José Valentim Seraphim renunciou ao comando do diretório municipal e anunciou Eduardo Nogueira como novo presidente da agremiação.

A vereadora declarou que não foi comunicada oficialmente da decisão. Nos bastidores, ela cobrou mais respeito da legenda por ter sido a vereadora mais votada do município com 1.226 votos.

A situação agravou-se quando Nogueira disse ao Diário que o partido em Ribeirão deveria ser "oposição inteligente" à administração peemedebista e que a liderança seria discutida internamente.

O comandante do diretório verde em Ribeirão disse que Mercedes não conversou com ele sobre o caso. "Não houve pedido para deixar o cargo de líder porque ela não falou com ninguém. Ainda nem assumi como presidente", disse o dirigente, que deve tomar posse no começo de fevereiro.

E AGORA?

Mercedes encontra-se numa sinuca de bico. O comando do PV foi enfático ao dizer que pedirá a cadeira da parlamentar, caso ela não deixe a liderança no Legislativo.

A reivindicação pelo espaço da vereadora ganhou força, após Nogueira assumir o diretório municipal. O presidente é o primeiro suplente do partido e ficaria com a vaga.

Segundo fontes ouvidas pelo Diário, a desobediência da verde a enquadraria no estatuto da legenda, o que respaldaria o pedido. Se a parlamentar trocar de partido, ela infrigiria a lei de fidelidade partidária.

O caminho mais natural de Mercedes seria o PMDB. A parlamentar tem estreito relacionamento com a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB).

Procurada pela equipe do Diário por telefone e em seu gabinete, Mercedes não foi encontrada para comentar o assunto.