O candidato ao governo do Estado pelo Psol, Gilberto Maringoni, sinalizou ontem a intenção de manter, se eleito, a progressão continuada na Educação, também conhecida como aprovação automática. Embora seus principais concorrentes na sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB) adotem discurso contrário, o socialista sustentou que a medida não é o fator central dos baixos índices do setor. “Não acredito que tirar a progressão vai resolver o problema. Investimento é a única saída.”

Professor da UFABC (Universidade Federal do ABC) – licenciado atualmente para disputar o cargo –, Maringoni considerou que o projeto mais importante na área pública para resolver é aplicar recursos para abrir concurso de carreira do professorado, aumentar salários, criar magistério mais atraente e comprar equipamentos às escolas. “Tirar a progressão não muda, não acredito em melhorias por conta disso. É mais cortina de fumaça projetada pelos candidatos conservadores.”

O socialista fez panfletagem ontem à noite no campus de Santo André. O ato foi discreto, com poucos apoiadores. No local, Maringoni criticou de forma leve o atual sistema ao alegar que “sem incentivos” a progressão implantada desvirtuou a teoria inicial, baseada no estudo de educadores. “O programa foi feito na tentativa de resolver problema social, de maneira equivocada. Aluno de baixa renda que entra na escola pública e repete de ano. O índice de desistência era altíssimo.”

O postulante ao Palácio dos Bandeirantes prometeu elevar a fatia de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) destinado às universidades federais, de 9,57% para 11,6%.

Na última pesquisa Datafolha, Maringoni não alcançou 1% da intenção de voto. Para ele, “é possível” ampliar esse índice com as inserções de TV e debates. “Não vou inventar a roda, não sou candidato folclórico. Expectativa é ter boa participação nos debates e na campanha de televisão.”