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Balanço
Região tem 912 mil moradores com renda insuficiente

Pesquisas apontam que remuneração média mensal ideal seria de R$ 2.164

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
27/07/2014 | 07:26
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Orlando Filho/DGABC


O Grande ABC tem 34% das famílias sobrevivendo com renda inferior ao valor que é considerado necessário para o sustento de um domicílio. Dada a inclusão na Região Metropolitana, em que o custo de vida é bastante superior às demais localidades, a situação desse grupo é ainda mais agravante. Aproximadamente 912.582 pessoas se enquadram.

Por outro lado, 1.771.484 moradores se encontram em situação acima da margem de renda suficiente para sobreviver. As informações são de cruzamento de informações do Balanço dos Pisos Salariais Negociados em 2013, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), das Estatísticas da População para 2013, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e da Pesquisa Socioeconômica, do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano).

Conforme o Dieese, o salário-mínimo necessário em 2013 para um trabalhador sustentar sua família, composta por quatro pessoas, era de R$ 2.765,33. O piso oficial nacional era de R$ 678.

O coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, o professor de Economia Sandro Maskio, explicou que o salário-mínimo necessário apresentado pelo Dieese acompanha as variações de preços de uma cesta de produtos e serviços que, provavelmente, uma família de quatro pessoas consumiria.

Como na região, com base na Pesquisa Socioeconômica, cada domicílio tem 3,13 integrantes, o salário-mínimo necessário proporcional seria de R$ 2.164. Portanto, aponta o gestor do Inpes/USCS, Leandro Prearo, 34% das famílias do Grande ABC têm renda inferior a esse valor, enquanto 66% estão acima. Conforme o IBGE, a região tinha 2.684.066 habitantes em 2013.

“Esse salário-mínimo necessário considera o acesso à alimentação e ao vestuário, entre outras necessidades básicas dos cidadãos”, observa Maskio.

Para Prearo, a situação deve ser vista também como alarmante. Isso porque, tendo em vista que o custo de vida no Grande ABC é superior à média nacional, e o salário-mínimo necessário do Dieese considera o País inteiro, essa remuneração é suficiente apenas para sobreviver.

“Se analisarmos o nosso próprio umbigo, vamos constatar que a situação é ruim. Estamos em região que vem de uma economia forte, que teve grande crescimento desde a década de 1970, e há muito espaço para ampliar a erradicação da pobreza das famílias”, destaca Prearo. “Se você pegar São Bernardo, Santo André e São Caetano, são cidades que têm alguns bolsões de pobreza. Um quinto das famílias ainda está em estado de vulnerabilidade. Isso deve ser observado pelos governos.”

Com base nos dados do IBGE, São Bernardo é a cidade mais populosa do Grande ABC, com 805.895 habitantes. Segundo informações da Pesquisa Socioeconômica, considerando o valor de corte ponderado com base na pesquisa do Dieese, 76,6% da famílias estão acima da faixa do salário-mínimo necessário.

Santo André, dona da segunda maior população da região, com 704.942 moradores, tem 79,2% dos domicílios com remuneração superior ao valor necessário.

Já São Caetano, com 156.362 habitantes, o percentual de famílias que têm renda superior ao salário mínimo necessário ponderado é de 83,2%. Ribeirão Pires (54,7%), Mauá (49,4%), Rio Grande da Serra (48,5%) e Diadema (45,7%) estão bem abaixo. 




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