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Domingo, 28 de Abril de 2024

Cultura & Lazer
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Mauricio Pessoa
Na morada da boa música
Thiago Mariano
do Diário do Grande ABC
04/09/2012 | 07:19
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Divulgação


Apaixonado por música desde muito cedo, Mauricio Pessoa é um inveterado criador. Melodia, harmonia, ritmo e letra são a sua morada, vertidas agora para 'Habitat' (Sony Music, preço médio R$ 28), seu segundo disco.

O amor pela música é algo que salta aos ouvidos. A elaboração musical é complexa. Não à toa sempre dizem que ele carrega um quê de Chico Buarque, Tom Jobim e Paulinho da Viola, personagens dos quais, além do talento, o esmero é a lida.

"A primeira coisa que me vem à cabeça é criar uma música bonita que eu goste. Vem das coisas que eu ouço e me interessam. Naturalmente vem do Jobim, do Chico, do Paulinho da Viola, do Cartola, do Noel Rosa", diz ele.

A comparação não se dá pela imitação. O que se observa em comum entre Pessoa e as suas inspirações é um universo musical atmosférico, rico em nuances. E uma composição de veia crônica. Tudo do jeito que é cada vez mais difícil ouvir na música brasileira.

"Me divirto, a palavra aventura cabe a mim. É um imenso prazer pegar violão, caneta e partir de nada ou de um fio de ideia que seja supersimples e desenvolver, deixar-se levar."

De uma hora para a outra as coisas surgem. Ele acredita que a música por si só acaba dizendo o tema que quer. "'Boca de Lodo' não poderia ser diferente senão essa crítica política das burocracias e mazelas que vivemos. 'Quando Falas Coração' não tinha letra, era só instrumental, mas por um motivo simples acabou levando letra tentando explicar do que uma canção é feita. 'Prisma' foi um momento de separação, término, de todos os pesadelos, as abstrações e as imaginações que fazem esse momento", lista ele sobre algumas das composições do disco, acrescentando que não há fórmula, o que existe é trabalho: "A gente vai lapidando, não para, conserta acorde, muda verso, palavra, preposição. Engraçado é que no final você chega à sensação de que o resultado é a música certa."

Bom de samba e de bossa, típico carioca, ele gravou o disco nos Estados Unidos. Depois de se lançar no mundo do disco, teve contato com o produtor Béco Dranoff, que reside em Nova York. Ele assina a produção do álbum junto com Zé Luis Oliveira. Entre viagens para conversas, enquanto pensava no próximo passo na música, Pessoa se estabeleceu na cidade e começou a fazer faculdade de música clássica e se formou em orquestração.

"Meu grande medo em aprender mais era perder a intuição, mas o que esse aprendizado me mostrou foi exatamente o contrário. Quanto mais você aprende mais intuitivo pode ser. De um lugar para outro você tinha três caminhos e passa a ter 30. Perdi o receio de ficar preso às formas de composição."




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