A história começou há um ano, no Salão de Detroit. Na noite que precedia a abertura do evento para a imprensa especializada, a Mercedes-Benz mostrou o conceito CLA, um novo integrante da família A, com o objetivo atingir a geração Y. No Brasil, é o três-volumes de entrada da marca.

O tempo passou e a versão de produção acabou de ser lançada no País. Visualmente, uma revolução. Afinal, aqui foi deixado de lado o tradicionalismo para dar lugar à ousadia. É isso mesmo, o CLA tem um quê de esportividade. Algo evidente já pelo formato da carroceria: uma espécie de cupê de quatro portas.

Na frente, a grade arredondada é ladeada por faróis iluminados por luzes bixenônio e LEDs. Nas laterais, a pequena área envidraçada (característica marcante quando se fala dos esportivos) é o grande chamariz. Sem contar as rodas de liga-leve com 18 polegadas e os vincos nas portas, que dão toque especial ao design.

Atrás, o caimento remete à silhueta da Classe S – e, agora, do novo Classe C, que está prestes a desembarcar no Brasil. As lanternas têm formato horizontal e linhas arredondadas. A iluminação é feita por LEDs, inclusive as luzes de ré, setas e brake light. Um conjunto interessante.

E vale ressaltar que o CLA conseguiu o menor coeficiente aerodinâmico do mundo em se tratando de veículos produzidos em série: 0,23 cx. 

OUTROS DETALHES

Por dentro, o velho requinte já esperado. Como de praxe nos Mercedes, tudo é impecável. E, assim como em alguns modelos, os detalhes vão do esportivo ao clássico. Podemos citar, respectivamente, as saídas de ar (condicionado digital) em formato de turbinas até o painel central recheado de botões – o que, diga-se, poderia ser substituído por controles mais abrangentes, a exemplo da Audi e da Volvo, que estão agregando vários comandos em uma única tecla.

Por enquanto, a Mercedes está disponibilizando apenas a versão topo de linha 200 First Edition, que carrega o bloco 1.6 turbo com injeção direta de gasolina. Na prática, não empolga. Seus 156 cv não deixam o carro tão arisco – comportamento facilmente notado em modelos com motores maiores, por exemplo, que fazem o piloto (ops, motorista) colar no banco enquanto o pé é cravado no acelerador.

Mas, claro, que não dá para dizer que o desempenho é chocho. Muito pelo contrário. O torque de 25,5 mkgf aparece já aos 1.250 giros e entrega boa dose de vigor ao CLA, que, segundo a marca, chega aos 100 km/h em 8,5 segundos. A máxima é de 223 km/h.

Tudo isso é auxiliado pelo bom trabalho do câmbio automatizado 7G Tronic de dupla embreagem e, como o próprio nome entrega, tem sete marchas. Quem quiser mais diversão, pode optar pelas trocas através de borboletas atrás do volante. Com a transmissão sequencial, o carro fica devendo, mesmo porque a alavanca foge ao tradicional e migrou do centro do console para trás do volante – assim como no Classe B, por exemplo. Incômodo? Sim, principalmente no início.

Por ser um sedã relativamente grande (4,63 metros de comprimento), o CLA está longe de ser molenga. As suspensões – McPherson na dianteira e 4link atrás – dão extremo equilíbrio ao veículo. Nada de chacoalhões oriundos de pisos irregulares. 

Mas é possível dar um gás nesse equilíbrio. No painel, uma tecla permite deixar o carro mais esportivo. Basta apertá-la que a marcha é reduzida, o giro sobe e o comportamento muda. A dica é testar a tecnologia na estrada.

E por falar em estrada, o Diário andou praticamente 170 quilômetros nesse tipo de ambiente. O consumo? 9,3 km/l! Nada mal, pois tem popular fazendo média parecida por aí.

ITENS DE SÉRIE

E não dá para falar em lançamento e deixar de lado a vasta lista de equipamentos. No interior, o principal deles é o display com 17,8 centímetros, que engloba vários comandos, como navegação por GPS, acesso à internet e sistema multimídia – CD, DVD, USB, SD-Card e bluetooth.

No quesito segurança, o sistema de frenagem adaptativo concentra, além das funções básicas, os controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em subidas, pré-carregamento em situações de emergência, secagem automática na chuva e a função Hold, que mantém o carro parado no tráfego sem necessidade de o motorista manter o pedal do freio pressionado.

No pacote ainda estão o sistema de detecção de sonolência e sete air bags (dianteiros, laterais, tipo cortina e joelhos do motorista).

Ah! E tudo isso pela bagatela de R$ 150,5 mil.