O prefeito de Diadema, Lauro Michels, vai pedir ao Ministério da Saúde prazo de seis meses para utilizar os R$ 510,7 mil encaminhados entre maio e setembro para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica do Hospital Municipal, fechada desde maio por falta de médicos intensivistas em pediatria. O caso foi revelado pelo Diário no domingo.

Desde que o verde assumiu o Paço diademense, 85 médicos deixaram a rede municipal de Saúde, por não concordarem com a metodologia de trabalho adotada pelo ex-prefeito e atual secretário, José Augusto da Silva Ramos (PSDB).

Lauro justifica o apelo ao governo federal ao planejamento de reativar a ala destinada ao tratamento infantil. “Estou pedindo prorrogação (ao Ministério da Saúde) de todos os recursos para adequar os espaços. O hospital, do jeito que está, não dá, precisa de reforma”, disse o chefe do Executivo.

A transferência de aporte federal é calculada pelo valor diário da UTI em pediatria, multiplicado por 30 dias de utilização.

O caso de Diadema é passível de investigação por suposta improbidade administrativa, já que o dinheiro depositado pelo Ministério da Saúde é carimbado, com destino certo, e não pode ser utilizado para outra finalidade.

Ano passado Lauro pediu R$ 45 milhões à União para reformar o Hospital Municipal, localizado no bairro Piraporinha. A solicitação foi encaminhada ao ministro Alexandre Padilha (PT) – que deixará o posto para ser candidato ao governo do Estado –, mas ainda não houve retorno.

“Preciso de R$ 45 milhões para reformar o hospital. Não são R$ 510 mil que vão resolver o problema”, considerou o verde.

Erguido em 1990, o prédio possui 206 leitos e registra média mensal aproximada de 1.650 consultas. Com pronto-socorro anexado, o Hospital Municipal também atende pacientes de outras cidades, superlotando o equipamento.

Lauro disse que está dialogando com a direção do Hospital Estadual de Diadema, conhecido como Serraria, para que os dois complexos hospitalares possam atuar de maneira conjunta.