Taxa básica de juros nacional entra na casa dos dois dígitos após 20 meses; esta é a sexta alta seguida
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu ontem que a taxa básica de juros, a Selic, será elevada de 9,5% ao ano para 10% a partir de hoje.
Esse foi o sexto aumento consecutivo, desde abril, quando a Selic estava em 7,25%. Durante o período, a autoridade monetária já havia anunciado que tinha a intenção de controlar a inflação.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulava em 12 meses encerrados em outubro inflação de 5,84%. O governo trabalha com meta de 4,5%, e margem de dois pontos.
“Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10% ao ano, sem viés”, destacou, em nota, o BC.
Esta é a primeira vez que a Selic entra na casa dos dois dígitos após 20 meses. O percentual era previsto pelo mercado financeiro, conforme citado no resultado do boletim Focus, do BC, na segunda-feira. O documento reúne a estimativa de, aproximadamente, 100 instituições financeiras e empresas de análises.
Com a majoração, calcula a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a taxa média de juros aos consumidores vai subir de 5,56% ao mês para 5,60% imediatamente, por causa do repasse dos bancos. A Selic compõe o custo de captação de dinheiro para as instituições e, portanto, seu aumento é compensado na outra ponta.
Na teoria, além de diminuir a demanda e resfriar o avanço dos preços, a Selic mais alta também encarece o crédito para as empresas investirem. Essa é uma das principais críticas, junto com a tendência de desaquecimento da economia, das entidades representantes do setor industrial.
Já a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) entende que a decisão foi necessária para o controle inflacionário.
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