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Terça-Feira, 14 de Maio de 2024

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Sindicatos
Greve na Bartira termina
com 100 pessoas demitidas

Moveleira fabricante exclusiva da Casas Bahia
justifica cortes por descumprimento de ordem

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
12/11/2013 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


A greve na Indústria de Móveis Bartira, fabricante exclusiva da Casas Bahia, chegou ao fim ontem, após sete dias de paralisação, o que pode ter reduzido a produção em cerca de R$ 21 milhões. No entanto, segundo os colaboradores e o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Mobiliário Solidariedade, a empresa demitiu, de sábado para cá, cerca de 100 funcionários.

A mobilização ocorria mesmo após a Justiça ter determinado o fim da greve, na quinta-feira. Mas, os operários preferiram forçar a companhia a alterar a metodologia da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para valor unificado ao manter o ato. Ontem à tarde, após cinco votações em assembleia, tendo em vista que quatro foram consideradas empate, na porta da empresa, em São Caetano, os trabalhadores aceitaram a oferta da Bartira.

Como o sindicato negocia o valor da segunda parcela do benefício, o acordo foi de que essa fatia seja igual a todos os funcionários, no valor de R$ 1.500. Antes, seria a metade de R$ 1.813 mais 44% do salário. No caso de um auxiliar remunerado mensalmente em R$ 1.050, por exemplo, a metodologia antiga geraria valor de R$ 1.137.

Porém, muitos demitidos estavam insatisfeitos com a posição do sindicato. Eles criticaram a falta de poder de negociação, tendo em vista que a moveleira cortou os seus contratos, muitos por avisos enviados por telegrama, que chegaram nas suas residências no sábado. A equipe do Diário ouviu vários deles, que preferiram não se identificar. Eles estavam inconformados por terem perdido o emprego lutando para ajudar o chão de fábrica.

O presidente do sindicato, Edison Luiz Bernardes, disse que a companhia apresentou como motivo para os cortes as faltas injustificadas. “E disseram que não voltariam atrás.”

Por nota, a Bartira confirmou as dispensas, mas não revelou o número exato. “A empresa confirma que foram realizadas demissões tendo em vista o descumprimento de ordem judicial (para o fim da greve).” Sobre a PLR, afirmou que fechou acordo e os funcionários voltaram ao trabalho no fim da tarde de ontem.

Segundo Bernardes, o sindicato tentará reverter as demissões sentando à mesa com a Bartira. “Se não conseguirmos, vamos tentar solucionar isso na Justiça”, garantiu.

Diretor da entidade, Paulo dos Santos, o Paulão, disse que o acordo não foi uma vitória, considerando os trabalhadores que ficaram desempregados. “Mas, a guerra não terminou.” Ele conduziu a maior parte da assembleia de ontem.

Colaborou Yara Ferraz
 




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