Na correspondência, o presidente do Congresso elegeu o programa de renda mínima familiar e "o engenhoso esquema da bolsa-escola" como exemplo de iniciativas, "de resultados já comprovados", a serem destacadas internacionalmente. Implantados nas administraçoes petistas em todo o país, os projetos ganham agora o aval expresso de Antonio Carlos Magalhaes. O senador viajou na última quinta-feira para Nova Iorque, onde entregou o documento ao subsecretário-geral para assuntos econômicos e sociais da ONU, Nitin Dsai, em reuniao nesta sexta-feira à tarde.
Adversário histórico do PT, Antonio Carlos Magalhaes tem se aproximado das causas sociais defendidas pelo partido através do empenho na erradicaçao da pobreza. "O Brasil de hoje nao é um país pobre, mas ainda é um país que tem muitos pobres (...). Já se disse, com razao, que ainda somos, acima de tudo, um país injusto, visto que escandalosamente injusta é a nossa desigualdade em termos de distribuiçao de renda", afirma a carta ao secretário-geral da ONU. Num tom que soa quase como discurso de oposiçao, o documento de Antonio Carlos Magalhaes à ONU afirma que o crescimento econômico - tao perseguido pelo governo Fernando Henrique Cardoso - nao é suficiente para erradicar a miséria e a pobreza.
"Explica-se, assim, a estagnaçao dos indicadores sociais mesmo nos períodos de incremento da economia", afirma o presidente do Congresso, prosseguindo logo adiante: "A verdade, senhor secretário-geral, é que as receitas ortodoxas prescritas pelos organismos internacionais, como o saneamento das economias públicas e o incremento da atividade privada, conquanto ajudem a debelas crises econômicas, têm-se mostrado insuficientes para reduzir a pobreza".
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.