Por isso, o termo imprevisível deve-se resumir apenas às equipes que disputam a prova com carros da Mitsubishi. A marca investe pesado no esporte e possui um centro técnico dedicado à construção de protótipos e modificações de picapes especiais para a prática do Rally Cross Country. Como mostramos na edição 60, a estatística era amplamente favorável para a Mitsubishi que alinhou 43 carros contra 11 da Chevrolet (no geral tinha 63 carros). Numa prova com as características do Sertões, a quantidade de carros é extremamente importante para se obter sucesso. Quebra se um e logo atrás tem outro para tomar seu lugar e garantir boa posição no final.
O grande azarão da prova deste ano foi a dupla Maurício Neves/Emerson Cavassin, que fez quinto no ano passado. Depois de abrir larga vantagem na liderança, perto de 23 minutos, com sua Mitsubishi L200 EVO (protótipo), teve o sistema de tração 4x4 rompido na oitava e penúltima etapa, permitindo que Guilherme Spinelli e Marcelo Vivolo, campeões do ano passado, recuperassem a diferença de tempo com sua Mitsubishi L200 EVO. "Já estava me contentando com o segundo lugar quando vi o Maurício com problemas", disse Spinelli enquanto Neves lamentou em prantos a perda da prova. A nona e última etapa, a única chance de recuperação, acabou sendo cancelada para a categoria carros por razões de segurança.
Depois de 4.034 quilômetros de uma prova com muitos acidentes entre Goiânia e Fortaleza, Ingo Hoffman e Luiz Carlos Palu, também com L200 EVO, conquistaram o segundo lugar na prova. Na chegada, Ingo disse que poucas vezes em sua carreira ficou tão emocionado. Ano passado não suportou o ritmo cansativo e chegou em posições intermediárias. Na quarta posição, ficou o cearense Riamburgo Ximenes, que até ano passado defendia a equipe Chevrolet. Curioso é que correndo com Mitsubishi L200 Sport este ano, Riamburgo acabou tirando a vitória da dupla Marlon Koerich/Joseane Koerich, os melhores entre os pilotos que corriam com S10, na categoria Production (carros originais com pouco preparação).
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