Se 13 de maio ficou marcado pela abolição dos escravos no Brasil, 13 de julho será lembrado pelo dia do fim da alavanca de câmbio em parte dos caminhões produzidos pela Mercedes-Benz, em São Bernardo.
Dita ontem em tom de descontração, a frase do gerente de marketing de produto caminhão da montadora, Eustáquio Sirolli, ilustra a nova etapa na produção de veículos pesados no mercado nacional.
A partir deste mês, 12 dos 16 modelos que compõem a família do extrapesados Axor, equipados com motor de 12 litros, passam a contar com câmbio semiautomatizado.
O objetivo da nova tecnologia é proporcionar conforto ao condutor, diminuir o desgaste de componentes, reduzir o consumo de combustível e melhorar a rentabilidade do frotista.
Acrescido do freio ABS, conjunto intrínseco ao câmbio semiautomatizado, a novidade custará 1% a mais no valor do Axor, cujo preço vai de R$ 297,6 mil (modelo 2035S 4x2) a R$ 445,7 mil (4144k 6x4).
"É um equipamento que será tendência daqui para frente", afirmou Gilson Mansur, diretor de vendas da Mercedes-Benz. No futuro, até os caminhões de menor porte deverão contar com o recurso, já comum na Europa.
A base da transmissão é a eletrônica. Uma central acoplada ao câmbio - cuja arquitetura não sofreu nenhuma alteração - controla eletronicamente válvulas pneumáticas, que fazem a função do trambulador.
Com isso, perde a função a tão conhecida alavanca de câmbio na cabine. Em seu lugar, entra uma caixinha controlada por um joystick. Para o engate, basta pequeno toque na aleta - para frente marchas mais altas; para trás, redução.
Um display no painel de instrumentos mostra a marcha selecionada e indica se ela é a mais adequada para determinada situação.
Este recurso, informa o fabricante, garante a operação ideal do caminhão - reduzindo desníveis entre os bons e maus profissionais do volante.
Em caso de pane, a tecnologia permite o acionamento direto da central eletrônica. Com isso, o caminhão pode se deslocar até um ponto de assistência técnica. Botão instalado atrás do joystick garante rodagem do veículo mesmo em situações de emergência.
O lado negativo é que ainda não foi desta vez que a embreagem desapareceu completamente. O câmbio só entra em operação quando é acionado o velho pedal. "O maior esforço do motorista não está no pedal, e sim na alavanca. Além disso, temos de considerar que estamos numa transição entre o modo manual e o automático", disse Sirolli.
O câmbio semiautomazido não aceita manobras bruscas - como reduções de marchas inadequadas. Isso garante prolongamento da vida útil do trem de força. "É ganho financeiro ao frotista", diz Mansur.
Segundo a Mercedes-Benz, o Axor lidera o mercado com 27% das vendas entre pesados. A linha chegou em 2005 para aplicação em vários tipos de transportes - de mineradoras ao rodoviário de carga.
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