A chegada do ex-prefeito de São Bernardo William Dib ao PSDB terá o objetivo de alavancar a representatividade do partido no Grande ABC. "Na região, a legenda ainda não tem a mesma importância que demonstra no Estado e no País. Existe um campo a ser explorado", ressaltou ontem, durante visita ao chefe do Executivo de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB).

A claque tucana nas sete cidades é formada por um prefeito (Adler Kiko Teixeira, de Rio Grande da Serra), um deputado estadual (Orlando Morando - São Bernardo) e 14 dos 108 vereadores (13% do total).

O objetivo do encontro com o petebista foi "aprender algumas coisas" e convidá-lo para o ato oficial de filiação ao PSDB, que ocorrerá na Associação dos Funcionários Públicos de São Bernardo, segunda-feira, às 18h, com presença do governador e vice de São Paulo, José Serra e Alberto Goldman, respectivamente, os secretários de Estado Geraldo Alckmin (Desenvolvimento) e Aloysio Nunes (Casa Civil), e outras lideranças políticas.

A justificativa para deixar o PSB após 16 anos e ingressar no tucanato foi "questão de coerência, designo e história" - ele também passou por MDB, PMDB e PTB. "Desde a eleição de Mário Covas (ao governo estadual) em 1995 apoio as candidaturas da legenda. É onde me sentirei mais confortável nos próximos anos", observou Dib, que não terá função nas executivas da legenda.

O ex-prefeito ressaltou também que a postura do PSB em 2010, cuja tendência é apoiar o PT nos âmbitos nacional e estadual, tornou inviável sua permanência. "Eles tomarão um caminho que não condiz com o meu", limitou-se a comentar, "pois qualquer outra declaração pode soar mesquinha".

A troca de siglas torna mais difícil a pretensão de Dib de conquistar uma cadeira na Câmara Federal em 2010. Em 2006, por exemplo, o deputado federal eleito pelo PSB em São Paulo com menos votos (foram quatro parlamentares no total) foi José Abelardo Guimarães Camarinha, com 78.357 adesões. Já pelo PSDB, dos 18 eleitos, Antônio Carlos Pannanzio obteve 109.150 votos para garantir a última vaga do partido.

Outra consequência da entrada do ex-prefeito no ninho tucano é a possibilidade de voltar a disputar a Prefeitura em 2012, o que seria refutado pela claque socialista.

APRENDIZADO - Se Dib visitou Auricchio para "aprender", quem deve mesmo ganhar conhecimento com a experiência do ex-prefeito de São Bernardo é o petebista de São Caetano. Em 2010, após dois anos sem mandato, o tucano vai encarar as urnas. O mesmo caminho será percorrido por Auricchio, que deve disputar o pleito de 2014, dois anos depois de deixar a Prefeitura. "Vai dar para tirar algumas lições", reconhece o petebista.