Os próprios representantes dos trabalhadores condicionam a aprovaçao da proposta à suspensao dos reajustes de 1,6% a 11% anunciados recentemente pelas montadoras. A reduçao média de 11% valeria para a tabela de preços do início de janeiro - sem o aumento creditado à mudança cambial.

A proposta prevê reduçao de 20% a 50% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que é determinado pelo governo federal, e de parte do Imposto sobre Circulaçao de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos governos dos Estados produtores de automóveis. A idéia é que a reduçao tenha duraçao de três a seis meses, até que o projeto de renovaçao da frota de carros - que estabelece outros incentivos para o mercado de automóveis - seja aprovado.

O projeto, que uniu dois sindicatos rivais - um filiado à Central Unica dos Trabalhadores (CUT) e o outro à Força Sindical -, tem como principal objetivo a manutençao de empregos por conta do aumento das vendas de veículos. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, disse estar confiante que Fernando Henrique vai apoiar a proposta, até porque "restabeleceria a confiança da populaçao na política econômica".

O presidente da Associaçao Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), José Carlos Pinheiro Neto, afirmou hoje que as montadoras estao dispostas a discutir a manutençao de empregos em troca da reduçao de impostos. A suspensao dos reajustes anunciados por conta da desvalorizaçao do real, no entanto, ainda nao foi discutida pelo setor.