Propostas no mínimo ambiciosas passam a compor a pauta da Câmara de São Caetano. Com a proximidade das eleições de 2008, os parlamentares já estão se esforçando para manter seus nomes em evidência. Para isso, propõem sugestões que caiam no gosto da população. A tática, embora não a admita, é adotada pelo líder de governo, Gilberto Costa (PP). Mas, caso suas indicações se tornem realidade, certamente, provocarão enorme estrago nas finanças do Executivo.
Os focos do vereador: a juventude e os idosos. Por meio de indicações ao prefeito José Auricchio Júnior (PTB), Costa propõe a construção da Casa do Idoso e a criação da Poupança Jovem e do Idoso. Para conseguir o asilo, o parlamentar pretende transformar protocolar um projeto popular. Para isso, necessita de assinaturas dos moradores da cidade. “Hoje (terça-feira) fechamos o dia com quatro mil. O melhor é que está existindo uma corrente muito grande. Estou recebendo mais de 50 assinaturas por dia no meu e-mail”, revela.
Uma proposta popular só tem validade se conseguir a adesão de 5% do eleitorado, o que em São Caetano significam 7.500 assinaturas. “Todos os asilos da cidade são particulares. Por meio do abaixo-assinado, quero mostrar para o prefeito que a população também quer isso.”
Percentualmente, explica o líder do prefeito, São Caetano só perde para o município de Águas de Lindóia (interior de São Paulo) em número de idosos. “Com o aumento da expectativa de vida, em um curto espaço de tempo teremos na cidade 27% (45 mil habitantes) da população formada por idosos. O que é muito preocupante, porque o País não está preparado para isso”, avalia o vereador.
Concomitantemente à busca de assinaturas, Costa também pretende convencer o Executivo a criar fundos de ajuda financeira para os moradores. No caso da Poupança do Idoso, sugere a liberação de meio salário mínimo (R$ 190) àqueles com mais de 60 anos e que estejam desempregados e com dificuldades de se aposentar. “Esse dividendo seria dado como uma ajuda para que ele possa custear algumas de suas despesas até conseguir a aposentadoria”, justifica o parlamentar.
Em números - Na ponta do lápis, porém, o projeto ganha uma conotação bastante ambiciosa. Se hipoteticamente, todos os habitantes acima de 60 anos passassem a ganhar o benefício, a Prefeitura teria de desembolsar o equivalente a cerca de R$ 2,850 milhões por mês.
No que tange os jovens, a ajuda de custo seria de um salário mínimo (R$ 380) para aqueles que estiverem cursando o ensino médio. O projeto foi elaborado a partir de medida semelhante desenvolvida em Minas Gerais pelo governador Aécio Neves (PSDB).
“Assim, o aluno ganharia um entusiasmo a mais para fazer faculdade. Ao final do ensino médio, ele teria uma reserva financeira que possibilitasse seu ingresso em cursos de ensino superior.”
Nesta quinta-feira, Gilberto Costa se reunirá com Auricchio para discutir a possibilidade de implantação dessas propostas, que já tramitam nas Comissões Permanentes da Casa.