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Segunda-Feira, 20 de Maio de 2024

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Lentidão e perda de ficha geram briga na UPA Alvarenga

Mulher se revolta e invade consultório para reclamar com médica; GCM teve que ser acionada e confusão foi parar na delegacia

Lays Bento
09/05/2024 | 21:55
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FOTO: Lays Bento/DGABC


Após horas de espera na UPA Alvarenga e depois de notar a que a ficha médica do pai, que estava com uma perna fraturada, havia sido supostamente perdida, uma mulher invadiu um dos consultórios na unidade de saúde são-bernardense e desferiu agressões verbais à médica plantonista, no final da tarde de ontem. 

Ao tentar filmar o tumulto, uma outra paciente foi atingida por um soco pela mesma mulher. Com a situação fora de controle, a GCM (Guarda Civil Municipal) precisou ser acionada para conter o caso.

Três pacientes confirmaram ao Diário que a confusão ocorreu por volta das 17h, com o ambulatório cheio – todos disseram que aguardavam atendimento na UPA havia pelo menos cinco horas. 

O desentendimento generalizado acabou por atrasar ainda mais os atendimentos, já que a médica que teve o consultório invadido parou de trabalhar. Outros médicos que estavam ali também tiveram que interromper os atendimentos – houve troca de plantão profissional somente às 19h. 

“O pai dela estava de cadeira de rodas. Só que ela gritando com a médica, fora de si, não resolveria nada. Cerca de seis pacientes foram tentar controlar a situação, mas foi aí que uma menina de uns 14 anos foi golpeada”, comentou Ancelmo Falasco, servente de obra, que acompanhado do filho de 12 anos, esperava desde as 14h um retorno da equipe de saúde sobre o que fazer com a coluna travada. 

Segundo Rubens Gonçalves, que sofreu um acidente de moto recentemente e presenciou a cena enquanto esperava a ortopedia desde às 11h, a discussão teria sido evitada se um simples detalhe fosse diferente: o time hospitalar das unidades de saúde da cidade fosse reforçado.

“Não tem médico para atender. E depois da discussão, ainda teve profissional de saúde aqui que cogitou se recusar a atender depois de tudo. No geral, é assim: recebemos a senha e não somos chamados”, desabafou. 

Para o mecânico Guilherme Ortega, que deu entrada na ficha às 12h, falta organização. “Teve quem passou na nossa frente sem explicação e não recebemos nem um posicionamento. Várias pessoas questionam que a ficha foi perdida também. Pode faltar médico, mas o que falta mesmo é ordem”, pondera.

De acordo com os relatos ouvidos pelo Diário, o recorde de aguardo dos pacientes na recepção foi de 10 horas. Felipe Rubens deu entrada na ficha da mãe com suspeita de dengue às 9h e, às 19h, ainda aguardava no local. 

De acordo com ele, a burocracia do hospital implica na falta de qualidade do serviço. “A moça que saiu gritando com a médica perdeu a paciência e, sim, cometeu uma violência. Mas todo este tempo de espera que temos de enfrentar beira a desumanidade também”, afirmou.

Questionado sobre a lentidão nos atendimentos, o enfermeiro Tiago Lírio afirmou que este é o fluxo habitual de tempo de espera e disse considerar que o tumulto observado às 17h não impactou diretamente na troca de plantão ocorrida às 19h.

Os envolvidos diretos na briga e demais profissionais que testemunharam o episódio se dirigiram ao 8º Distrito Policial da cidade para prestar depoimento. 

Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de São Bernardo não se pronunciou sobre o caso.




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