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Terça-Feira, 30 de Abril de 2024

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Em Mauá
Hospital Nardini tem emergência lotada e prédio sem revitalizações

Há quatro meses à espera de repasses do Estado, local atende com ocupação de 90% de leitos; diretoras apontam para necessidade de reformas

Beatriz Mirelle
17/04/2024 | 08:05
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


O Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini aguarda há quatro meses pelos repasses do Governo de São Paulo. O Estado garantiu que enviaria R$ 1,5 milhão por mês para a unidade hospitalar a partir de janeiro deste ano, mas isso não aconteceu até agora. Segundo as diretoras do local, o dinheiro seria utilizado para revitalizações no prédio, que ajudariam a melhorar a qualidade de atendimento. Enquanto a Secretaria estadual de Saúde não se mobiliza para cumprir o combinado, o pronto-socorro da unidade apresenta alta demanda, com filas de espera de até três horas.

“O recurso do Estado é bem-vindo e necessário. A saúde pública sempre precisa de investimentos. Temos 231 leitos, sendo que média de 90% está ocupado. Nossa ocupação é grande, o que é um cenário natural para um hospital referenciado. (Nos leitos), recebemos 20% de pacientes de fora (da cidade de Mauá)”, afirmou Patrícia Veronesi, diretora-geral do Hospital Nardini. 

De acordo com ela, os investimentos estaduais seriam usados para incrementar a infraestrutura da unidade hospitalar. “Dependendo da quantidade que a gente recebe, planejamos orçamento para aplicação. Já tivemos reforma na maternidade e agora, com esse novo valor, aplicaríamos em equipamentos de forma geral.”

A Prefeitura gasta mensalmente R$ 10 milhões com o Hospital Nardini, situado na Vila Bocaina. “É um prédio antigo. O atendimento é feito com o que temos, mesmo nessas condições. Se vier esse dinheiro (prometido pelo Estado), conseguiríamos comprar equipamentos melhores (como macas e cadeiras de roda), fazer a pintura e manutenção. Essas são as necessidades. Ter uma estrutura melhor ajuda no atendimento”, disse a diretora técnica do Nardini, Lívia Machado Cerveira de Oliveira. 

O hospital realiza 1.200 internações por mês, sendo 20% de pacientes que moram em cidades vizinhas como Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que não possuem hospital público. A confeiteira Márcia Santos, 29, moradora do bairro Roncon, em Ribeirão, faz parte dessa estatística. “Machuquei meu dedo hoje (segunda-feira) de manhã brincando com a minha neta. Fui a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na minha cidade, mas, como eles não tem ortopedista, me enviaram para cá”, afirmou.

Segundo a diretora técnica Lívia de Oliveira, os períodos com superlotação são registrados às segunda-feira, terça-feira e após feriados. “Quando chega o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), não tem como realizar as transferências porque (o hospital) está superlotado. Isso geralmente acontece após feriados e fins de semana. Ninguém sai sem assistência, mas pode demorar mais”, disse.

A comerciante Vanessa de Oliveira, 46 anos, moradora da Vila Assis, em Mauá, afirmou que o atendimento no hospital é bom, mas a agilidade no pronto-socorro deixa a desejar. “Temos ótimos médicos lá dentro. Foi aqui que descobrimos que minha filha tinha duas pedras no rim. Ela fez todos os exames necessários e vai passar com cirurgião-geral. Apesar disso, todo dia tem filas enormes. Demora muito para fazer a ficha. Cheguei 11h30 e só preenchi os dados duas horas depois. Independentemente do momento que chegamos, é desse jeito, ainda mais que só temos o Nardini, que atende pessoas de outras cidades”, comenta. 

Em nota, o Departamento Regional de Saúde da Grande São Paulo informa que “a formalização do convênio com o município de Mauá para ações de custeio do Hospital Doutor Radamés Nardini, encontra-se em avaliação técnica pela pasta”. Também indica que o Hospital Estadual de Diadema e Hospital Mário Covas, em Santo André, são unidades referências para o atendimento na região. 

O convênio acordado entre o secretário da Saúde da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Eleuses Paiva, durante reunião com a titular da mesma Pasta em Mauá, Célia Bortoletto, em dezembro garantia repasse mensal ao Hospital Nardini no valor de R$ 1,5 milhão por 12 meses com início previsto para janeiro.




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