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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

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Nardini responde por 20% de pacientes de outros municípios

Das 1.200 internações mensais no hospital de Mauá, 240 são de Ribeirão, Rio Grande e Capital; Paço banca R$ 10 milhões por mês e espera repasse do Estado

Thainá Lana
13/04/2024 | 02:01
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Celso Luiz/DGABC


O Hospital Municipal Dr. Radamés Nardini, em Mauá, realiza 1.200 internações por mês. Desse total, 20%, ou 240, são pacientes de cidades vizinhas como Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que não possuem hospital público, e também da Capital – somente 10% são referentes a usuários da Estância Turística.

Além das internações, o Nardini recebe mensalmente mais 3.000 pacientes dessas localidades para atendimento médico e ambulatorial – ao todo o hospital atende 10.000 usuários nesses dois serviços. Acidentados em estradas como Rodoanel e Índio Tibiriçá também são encaminhados ao hospital municipal.

A diretora técnica do Nardini, Lívia Machado Cerveira de Oliveira, explicou que a demanda extra sobrecarrega a unidade, que já possui alto volume de atendimentos da população mauaense. “Considerando apenas a demanda dos moradores de Mauá, o hospital já é considerado pequeno para o alto volume. Imagina atender mais três cidades. Em alguns dias não temos cadeiras de rodas e macas para transportar os pacientes. Nesta semana, estávamos com superlotação e tivemos que ficar segurando o Samu (ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por causa da maca. Não tinha nenhuma disponível para fazer a transposição do usuário”, disse.

Internado em decorrência de aneurisma da aorta abdominal, o aposentado Jamil Thami, 70 anos, é um dos pacientes de outras cidades acolhidos na unidade hospitalar – ele mora em Taubaté. Em visita à casa de familiares em Ribeirão Pires, ele precisou ser socorrido no dia 4 de abril devido à ruptura e foi encaminhado pelo Samu ao Nardini.

Apesar da distância de aproximadamente 150 quilômetros entre os dois municípios, sua irmã, Maria Thami Gottardi, 72, o acompanha desde o ocorrido. “Ele foi atendido aqui em Mauá e realizou a cirurgia de emergência na Santa Casa de Misericórdia, na Capital. Ficou internado lá na UTI (Unidade de terapia intensiva) durante esse período e, nesta sexta-feira, foi encaminhado novamente para cá, hospital onde ele deu entrada. Vamos acompanhar os próximos passos agora. Estou batalhando para que seja transferido para Taubaté, onde já faz acompanhamento”, explicou a professora aposentada.

César Rodrigues, 42, morador de Caieiras, município localizado na Região Metropolitana de São Paulo, também precisou ser socorrido ontem no hospital municipal de Mauá. Um acidente de trabalho ocasionou a amputação de parte do seu dedo da mão esquerda, e o desespero por atendimento médico fez com que o paciente passasse por quatro unidades de saúde antes de chegar ao Nardini.

“Tenho uma empresa de reciclagem de madeira em Mauá e a cinta da prensa da escavadeira estourou na minha mão e cortou parte do meu dedo. Tenho convênio, saí correndo para dois médicos, que não aceitaram meu plano de saúde. Fui até o CHM (Centro Hospitalar de Santo André), mas um funcionário havia colocado a ponta do meu dedo em um gelo e trouxe para o Nardini, então um amigo foi me buscar para ser atendido aqui. Não foi possível reimplantar a parte do dedo, mas fiz uma cirurgia de enxerto”, afirmou Rodrigues.

AJUDA

A administração municipal gasta mensalmente R$ 10 milhões para manter o Hospital Nardini. Por causa do atendimento regional realizado na unidade hospitalar, a Prefeitura mauaense solicitou, no ano passado, R$ 3 milhões de repasse mensal ao Estado, para ajudar a custear as despesas.

O governo estadual se comprometeu em dezembro de 2023, em reunião com o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, a enviar mensalmente R$ 1,5 milhão a administração por 12 meses, porém, até o momento não há previsão para que o valor seja repassado, conforme afirmou a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao Diário.

“O Hospital de Clínicas Dr Radamés Nardini, embora seja do município de Mauá, compõe a rede de atendimento estadual, cumprindo um importante papel que é regional. Esses recursos seriam utilizados no custeio da estrutura, compra de insumos, medicamentos e manutenção”, disse a Prefeitura.

O Paço mauaense destacou ainda que, com a verba estadual, a secretaria municipal de Saúde poderia direcionar os recursos que iriam ao Nardini a outras unidades de saúde para ampliar a capacidade de atendimento em épocas de alta demanda.




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