O que esperam os prefeitos Orlando Morando, José Auricchio Júnior e Penha Fumagalli? Mesmo diante da explosão do número de moradores do Grande ABC com dengue, o trio segue ignorando os perigos da doença. Os chefes de Executivo em São Bernardo, São Caetano e Rio Grande da Serra parecem estar despreocupados com os 4.468 habitantes da região diagnosticados com a enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti – que, inclusive, já matou uma pessoa no bloco. Enquanto as outras quatro cidades vizinhas adotam medidas enérgicas para enfrentar a epidemia, os três permanecem inertes, recusando-se a decretar estado de emergência recomendado pelo Consórcio Intermunicipal.

A decisão, ou a falta dela, merece ser questionada, pois expõe os moradores a risco desnecessário e deixa-os desamparados diante do avanço implacável da doença. A recusa em decretar estado de emergência levanta dúvidas sobre o real nível de comprometimento de Morando, Auricchio e Penha com a saúde dos munícipes. As posturas divergentes de São Bernardo, São Caetano e Rio Grande expõem certa irresponsabilidade dos gestores com os cidadãos. Enquanto quatro municípios do bloco adotam postura proativa, mobilizando recursos e esforços para conter a propagação da dengue, o trio de administradores dá de ombros à gravidade da situação e às necessidades urgentes da população.

Ao deixarem de acionar o estado de emergência, os prefeitos privam suas cidades de recursos vitais que poderiam ser direcionados para combater a epidemia, como assistência financeira adicional dos governos estadual e federal, bem como a mobilização de equipes de saúde e a implementação de campanhas de conscientização em larga escala – além, é claro, de doses da vacina, que, em um primeiro estágio, serão direcionadas pelo Ministério da Saúde a cidades que estejam sob a vigência do decreto de emergência. Sem essa salvaguarda, São Bernardo, São Caetano e Rio Grande da Serra estão essencialmente desarmadas contra um inimigo que se expande rapidamente. É lamentável.