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Sábado, 27 de Abril de 2024

Caaguaçu. Ururai. Pilar. Enfim, Ribeirão Pires

Nasce uma cidade como prolongamento da Zona Leste de São Paulo

Da Redação
19/03/2024 | 08:45
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No início do século XVIII, as terras que formam o atual município de Ribeirão Pires integravam o território genericamente chamado de Caaguaçu, uma extensão de São Miguel Paulista, a antiga Aldeia de Ururai. A ligação local com São Paulo fazia-se via Itaquera e Aricanduva.

Um primeiro povoado local seria formado ao redor da capela de Nossa Senhora do Pilar, obra construída a mando de Antonio Corrêa de Lemos como pagamento de uma promessa. A fundação da capela data de 1714 e apenas em 1738 é registrado o primeiro sepultamento em cemitério que ficava nos fundos do templo.

A capela, o cemitério, os primeiros sepultamentos, tudo isso mostra que Pilar deve ser apontado como o berço de Ribeirão Pires, pois foi ao redor da capela que se fixaram antigos brasileiros, em especial ao longo dos séculos XVIII e XIX. Mas o crescimento foi lento.

PIRES 

Em 1765, portanto, mais de 30 anos após a fundação da capela do Pilar, o Censo realizado indicava a existência de 112 moradores em todo o Caaguaçu. E a maioria deles ocupava terras que depois serviriam aos bairros urbanos de Guaianases e Itaquera, na Zona Leste paulistana. O povoado ao redor da capela do Pilar se resumia a algumas casinhas abaixo da colina e a outras espalhadas pela vasta mata.

Já a expressão Ribeirão Pires tem origem na família do mestre de campo Antonio Pires de Ávila, com terras e residência na vizinha Cassaquera, território do futuro município de Santo André. No início do século XIX, Antonio Pires pede e obtém o prolongamento de sua sesmaria até Caaguaçu, às margens do Rio Grande. Daí a expressão Ribeirão dos Pires, futuro nome da cidade.

A segunda metade do século XVIII mostra um quase abandono do lugarejo.

SÉ, BRÁS...

No início do século XIX, mesmo com a criação da Freguesia de São Bernardo, o já chamado Bairro do Pilar, que nascera junto ao Bairro do Caaguaçu, era parte integrante da Freguesia da Sé. Em 1818, passaria à jurisdição da Freguesia do Senhor Bom Jesus de Matozinho do Brás. Somente em 1831 seria anexado à Freguesia de São Bernardo, cuja sede era muito mais próxima.

A denominação Ribeirão Pires se popularizava, mas como sítio. Bairro era o Pilar. A estrada para São Bernardo era conhecida como Caminho do Pilar.

IMIGRAÇÃO

A expressão Ribeirão Pires se consagra quando da inauguração da estação ferroviária local, em 1885, e com a criação do núcleo colonial, em 1888. Em torno da estação e junto às linhas coloniais é que nascerá uma nova cidade, origem do atual perímetro urbano central de Ribeirão Pires.

No final do século XIX, Ribeirão Pires é elevado à categoria de Juizado de Paz – o segundo da região –, com jurisdição sobre a linha Mauá a Paranapiacaba. Criado em 1896, o Juizado é instalado em 1897. 

AUTONOMIA

Mais de 50 anos depois, Ribeirão Pires obtém a emancipação político-administrativa, em plebiscito realizado em 22 de novembro de 1953. O município de Ribeirão Pires, ao lado do município de Mauá, é instalado em 1º de janeiro de 1955.

Resumo da história:

O OFICIAL

Ribeirão Pires é mais um caso, no Grande ABC, de influência da Igreja Católica. Ao se emancipar, a cidade opta pelo 19 de março, dia de São José, seu padroeiro, para comemorar o aniversário de autonomia. A exemplo de Mauá, também se reporta a 1º de janeiro de 1954, data em que recebe os foros de município.

O CERTO

Ribeirão Pires nasce ao redor da capela do Pilar Velho, de 1714, data também reconhecida pelo Poder Público local. Foi elevado a distrito de paz em 22 de junho de 1896, com abrangência sobre a linha entre Pilar (Mauá) e Alto da Serra (Paranapiacaba). Pertencia, então, ao município de São Bernardo. Começa a se separar de Santo André em 1953.




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