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Sábado, 27 de Abril de 2024

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A creatina e outros assuntos
Antonio Carlos do Nascimento
12/02/2024 | 07:55
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Gilmar


Faltam estudos científicos de relevância que garanta a eficácia da quase totalidade dos suplementos alimentares ofertados pelo mercado fitness, embora grande número de empresas, profissionais de saúde e afins os indiquem.

O colágeno está entre os mais defendidos e contestados, da imensa lista destes itens, pois mesmo que sua complexa arquitetura química fosse absorvida na sua plenitude, precisaríamos aceitar que é agregado em nossas peles, cartilagens, músculos e ossos, com revitalização desses setores. 

Ainda que seja possível o rearranjo orgânico dos pedaços de colágeno obtidos após a barreira digestiva, discute-se vantagens de seu consumo, já que os aminoácidos que o compõe estão generosamente presentes nas proteínas de outras fontes alimentares.

Tal dúvida parece não pairar sobre a creatina, tripeptídeo composto pela metionina, arginina e glicina, potencialmente absorvido em sua integridade e capaz de penetrar nas células musculares, estabelecendo-se como componente estrutural e funcional, sem que cause efeitos indesejáveis nas doses preconizadas.

Para o tecido muscular o aporte adicional desta molécula virtualmente promove maior capacitação operacional por aumento da oferta energética, ampliando o desempenho e força muscular, melhorando a performance, que a depender do esforço solicitado e sua frequência, culminará com o aumento da massa muscular a longo prazo.

Conquanto reste dúvidas sobre a relevância de seu emprego em indivíduos jovens, falta pouco para o consenso de sua utilização a partir da quinta década de vida, momento em que a atrofia muscular própria do envelhecimento começa a ocorrer, ou ainda, em jovens acamados por longos períodos por condições específicas.

Lembremos que a musculatura é a maior glândula endócrina humana, produzindo as miocinas, substâncias que agem localmente e à distância, proporcionando auxílio espetacular em inúmeros nichos de nosso organismo, notadamente no metabolismo da glicose, sistema imunológico e atividade insulínica (não glicêmica) cerebral, no que cito as ações mais estudadas.

Então, qualquer auxílio para a desenvoltura do universo muscular é bem-vinda, especialmente a partir da meia idade, contudo, o processo não ocorre passivamente, sendo despertado e evoluído pela prática contínua de exercícios físicos.

Em observação oportuna, além de não fumar ou consumir drogas ilícitas, não comer alimentos ultraprocessados, dormir bem, praticar exercícios e consumir pouco ou nenhum álcool, para qualquer novo plano, incluindo o uso suplementos, procure seu médico e/ou nutricionista!

Antonio Carlos do Nascimento é doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia.




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