Dos interessados em ganhar dinheiro por conta própria que procuraram o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sao Paulo (Sebrae-SP), desde o início do ano passado, mais da metade apresentou estratégias de atuaçao ligadas à rede mundial de computadores, grande parte deles com idades entre 18 e 25 anos.
Esse interesse mostra, segundo o coordenador de novos projetos em Internet e comércio eletrônico do Sebrae-SP, Rodrigo Chinaglia, a tendência de o Brasil destacar-se entre outros países da América Latina na rede. "Esses jovens empreendedores dominam muito bem a tecnologia e abrem suas empresas para operar em atividades das quais gostam", diz. Desse modo, cresce a chance de a empresa ter sucesso.
Foi assim que o empresário Rogério Fonzara de Araújo, 28 anos, montou, em 1994, a G4web. Formado em engenharia eletrônica, Araújo começou trabalhando no desenvolvimento de softwares para a área médica. Há pouco mais de três anos, ele e o sócio perceberam que a atividade envolvia mais investimentos e tinha retorno mais lento e menor do que se prestassem serviços na Internet.
O e-commerce de pequenas e médias passou a ser o principal foco da G4web e, há um ano, a empresa tornou-se auto-sustentável. A sede da G4 fica em Ribeirao Preto, no interior de SP, mas a maioria dos clientes da empresa está fisicamente em Campinas e Sao Paulo. A estrutura é enxuta e boa parte dos serviços de redaçao e diagramaçao dos sites desenvolvidos pela empresa é terceirizada.
"Desde que terminamos a faculdade sabíamos que queríamos ter nosso próprio empreendimento", conta Araújo. "É um caminho mais longo para atingir, principalmente, resultados financeiros, mas muito mais gratificante." O próximo passo, já em fase final de desenvolvimento, é oferecer produtos para serem aplicados na transmissao de dados por meio de telefones celulares. Com a nova tecnologia, a G4web deve ampliar seu leque de clientes e passar a atender também grandes empresas do setor de telefonia.
De acordo com Chinaglia, do Sebrae-SP, num período entre três e cinco anos o comércio eletrônico terá de ser parte imprescindível das pequenas e microempresas. Agora, diz ele, é fundamental que os empreendedores percebam a importância de incluír o e-commerce no processo de gestao. "A Internet requer a adaptaçao da empresa a um novo meio de negociar", diz. "Nao é simplesmente um novo nicho de mercado, como muitos a vêem."
O coordenador do Balcao Sebrae, Sandro Luiz Neves, acrescenta que, antes de a empresa ingressar no comércio eletrônico, ela tem de estar preparada para atender a demanda que essa estratégia pode trazer. Nesse campo estao incluídos fatores como a capacidade de entrega e as condiçoes de pagamento.
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