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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Municípios trocam placas de metal por plástico para diminuir roubos
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
02/05/2005 | 12:26
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As Prefeituras de Santo André e Diadema iniciaram a troca das placas de sinalização de metal por placas de resina plástica (policarboneto reforçado com fibra de vidro). A mudança, que será gradativa, pretende evitar os furtos das placas que hoje são de alumínio – material cujo quilo rende de R$ 4 a R$ 6 nos ferros-velhos – e baixar o custo de reposição. A resina plástica vale cerca de 30% menos que o alumínio. Para desestimular os criminosos, no verso das placas há a inscrição: Material sem valor comercial.

Todas as outras prefeituras da região prometem fazer a troca, com exceção de Mauá. A administração alega que o problema de furtos e vandalismo nas placas da cidade é mínimo e não é necessária a mudança. A assessoria de imprensa de Rio Grande da Serra não se manifestou sobre o assunto, pois não retornou as solicitações da reportagem.

No ano passado, estima-se que os municípios da região gastaram aproximadamente R$ 170 mil na reposição de placas furtadas ou quebradas por vandalismo (esse valor não inclui dados de Rio Grande). Somente em Santo André foram R$ 80 mil e em Diadema, R$ 10 mil. As prefeituras de Santo André, Diadema e Mauá informaram os gastos referentes a 2004. As outras cidades informaram os custos de 2003 e afirmaram que os gastos no ano seguinte foram equivalentes.

Em Santo André, o número de furtos no ano passado cresceu 28,87% em relação a 2003. Em números absolutos, houve 284 furtos em 2003 e 366 em 2004. Até março deste ano, foram registradas 37 ocorrências.

Para evitar os crimes, a administração começou a substituir o material usado na confecção das placas. No recém-inaugurado Parque Central, no bairro Paraíso, todos os equipamentos de sinalização são de resina plástica. O material também está nas placas de sinalização do trecho andreense da avenida Lauro Gomes.

"A intenção, a longo prazo, é colocar em toda a cidade placas com material plástico. É mais barato, mais resistente e não vale nada nos ferros-velhos. Atualmente, as novas placas representam somente 1% do total de Santo André", diz o diretor de Trânsito e Circulação, Eric Tadeu Lamarca.

O diretor explica que a sinalização com o novo material será instalada quando houver necessidade de troca por causa dos furtos, vandalismo ou colisões provocadas por veículos. A exceção, pelo menos por enquanto, será em relação às placas grandes e altas, que têm mais de 4 m de altura.

"Esses equipamentos ainda precisam ser de alumínio, pois são mais resistentes ao vento. A resina plástica ainda não se mostrou totalmente eficiente nesse caso e não podemos correr o risco de uma placa se soltar e atingir um veículo ou uma pessoa", justifica Lamarca. O diretor também afirma que o município conta com um estoque de alumínio (cerca de cem chapas) que será utilizado na mesma proporção que a resina plástica, conforme a demanda.

Em Diadema, as placas novas já representam 10% do total, segundo o secretário de Transportes, José Francisco Alves. "Foi a alternativa que encontramos para reduzir os furtos. Por mês, ocorrem entre 20 e 25 casos, contando também a perda provocada pelo vandalismo", diz o secretário.

Segundo Alves, os furtos costumam acontecer nas grandes ruas e avenidas. As quebras se dão em locais que concentram atividades de diversão e lazer, como clubes e bares. "Algumas pessoas saem desses lugares e promovem arruaças, prejudicando o patrimônio público."

As placas de policarboneto reforçado com fibra de vidro podem durar até 30 anos, segundo a professora do Departamento de Engenharia Química da UniFei (Centro Universitário da Fei), Maristhela Araújo Marin. O alumínio resiste, em média, 15 anos. "É um material que entrou no mercado há cerca de dois anos e que está tendo bastante aceitação comercial. A facilidade de fabricação é grande e os custos são mais baixos que diversos metais, especialmente o alumínio. O policarboneto é uma espécie de plástico e a fibra de vidro é importante na mistura, pois é responsável pela resistência de todo material", afirmou a professora.

Lona – Em São Caetano, placas de lona estão sendo colocadas para sinalizar prédios públicos, como parques e escolas. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, já foram instaladas 150 placas de lona desde o início do ano. Não foram informados os custos do processo.

Apesar do registro de casos de furto e vandalismo em placas de sinalização de São Bernardo, a preocupação atual da Secretaria de Transportes é com os furtos de caixas de aço dos semáforos. Segundo informações da assessoria de imprensa da Prefeitura, desde o começo deste ano já foram registrados dez casos. Por isso, está em estudo a troca do metal por resina plástica.

Para o diretor de Trânsito da Secretaria de Serviços Urbanos de Mauá, Ivo Damo, o problema de reposição de placas de sinalização na cidade é insignificante. "Não tenho os números exatos, mas são poucos casos. Não existe uma preocupação na Prefeitura para resolver isso."

Diferentemente de Mauá, em Ribeirão Pires a questão é importante e está sendo estudada, de acordo com o gerente de Trânsito do município, André Castilho. "Não temos números dos anos anteriores, pois os balanços sumiram do banco de dados. No entanto, sabemos que as placas precisam ser trocadas e a adoção da resina plástica é uma boa solução que será levada em conta", afirma Castilho.




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