Público foi menor, mas enfrentou até lama para ver ídolo católico de perto
Frio, chuva e barro foram a companhia das cerca de 5.000 pessoas que foram ao estacionamento da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), na noite de ontem, acompanhar o show do padre Fábio de Melo no segundo fim de semana de festa junina na cidade.
Se em dias anteriores, o público ultrapassou 25 mil pessoas, ontem quem enfrentava as adversidades o fazia especialmente pela devoção ao padre cantor. "Não teria outro motivo", disse a aposentada Maria Sampaio, 62 anos. "Sempre vejo ele na televisão e escuto todas as suas músicas", garantiu. "Ela pediu tanto que a gente não teve como negar e trouxemos ela aqui", ressaltou o filho, Cléber Espósito, 29.
Assim como a aposentada, o público era formado essencialmente por idosas, sejam acompanhadas da família ou em grupos. Caso de Adelaide Bezerra, 58, que junto de outras quatro amigas, saiu da Vila Rica para ver o padre de perto. "O que é frio perto da chance de ouvi-lo cantar?"
Fábio de Melo entrou no palco precisamente às 21h37, mas nem todos os presentes estavam ali para cantar seus sucessos. Longe do palco, o autônomo Ézio Vargas, 38, aproveitava a noite ao lado da mulher e da filha de 7 anos. "Elas adoram esse tipo de festa e vim todos os dias até agora", afirmou. Dizendo-se fã do padre, ele se mantinha longe do aglomerado de guarda-chuvas que se formou em frente ao palco principal para aproveitar as barracas. A menina, feliz, não se mostrava satisfeita apenas com a bola que ganhou. "Ela está toda suja de barro, mas não que ir embora de jeito nenhum."
A dupla Hosana e Humberto abriu a noite na Craisa e, após arriscar repertório de bandas estrangeiras, teve que recorrer para sucessos religiosos a fim de ganhar a plateia presente. Os poucos jovens entre o público deixavam claro suas metas na noite. "Tomara que o padre me abençoe para que eu ganhe uma companheira até o Dia dos Namorados", pedia o auxiliar Renan dos Santos, 27, Morador do bairro Camilópolis, que aproveitou a proximidade para aproveitar a noite. "Santo André deveria ter mais eventos como esse. Quando tem, não podemos perder."
O vendedor Fabio Henrique de Jesus, 32, concorda. Sempre presente em eventos da cidade, aproveitava o mau tempo para fazer propaganda das suas capas. "Só vendi três até agora", lamentou, sem perder a fé. "Tenho certeza que o público vai aumentar até o fim da noite." Certamente o lucro será maior hoje, com o show do Turma do Pagode, às 19h.
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