Santo André dá início hoje à maior obra de mobilidade urbana dos últimos 50 anos, desde que a Avenida Edson Danilo Dotto, conhecida como Perimetral, no Centro, foi inaugurada. Trata-se do Complexo Viário Santa Teresinha, que vai readequar o trânsito na chegada do Viaduto Castelo Branco a Avenida dos Estados eliminando os semáforos, além de organizar o fluxo com a criação de dois viadutos e três pontes. No local passam por dia cerca de 94 mil veículos e a expectativa é que a obra encurte o tempo de viagem de quem trafega pelo trecho em até 300%.

A construção do complexo deve ficar pronta em 20 meses, ou seja, até outubro de 2023. Serão investidos US$ 50 milhões nas intervenções (cerca de R$ 260 milhões), sendo que metade deste valor será custeada pelo município e a outra metade foi obtida por meio de financiamento junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Não estão previstas desapropriações durante a obra.

Além de pontes e viadutos, o complexo vai proporcionar reforma urbanística na região, com a atual passarela sendo substituída por uma ponte no nível do Rio Tamanduateí, que vai ser utilizada por pedestres e ciclistas. Além disso, a Praça Samuel de Castro Neves dará lugar ao Parque Urbano Santa Teresinha, que será equipado com playground, pista de caminhada, quadra poliesportiva e espaço pet.

O prefeito Paulo Serra (PSDB) acredita que a nova reorganização viária vai melhorar o trânsito em toda a cidade. “É uma das maiores obras de mobilidade da história de Santo André. Tem um significado muito grande para nós porque é algo que há muito tempo as pessoas esperam e estamos tirando do papel, assim como foi com o Complexo Cassaquera, que inauguramos na semana passada. A obra integra o 1º subdistrito com o 2º subdistrito da cidade e vai eliminar o problema de entroncamento causado pelos semáforos que é histórico. Tenho certeza que vai beneficiar não apenas quem passa por lá, mas o trânsito de toda a cidade”, projetou o chefe do Executivo.

O Complexo Santa Teresinha vai facilitar a ligação da Rodovia Anchieta com a Avenida dos Estados, estabelecendo ligação da Refinaria de Capuava, do Porto Seco de Santo André e de diversas empresas localizadas na região com o Porto de Santos. Além disso, vai favorecer diretamente os usuários da Linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), já que a readequação também vai facilitar o trânsito de pedestres e ciclistas que acessam a Estação Prefeito Saladino.

“Ao redor da Estação Prefeito Saladino tem um dos principais pontos geradores de congestionamento do Grande ABC, gargalo conhecido como rotatória Santa Teresinha. Para ter os fluxos viários livres de semáforos, o complexo terá nova ponte sobre o Rio Tamanduateí, que vai fazer a ligação entre o Viaduto Castelo Branco e o bairro de Santa Teresinha no 2º subdistrito; a Avenida dos Estados contará com dois viadutos longitudinais, um no sentido de Mauá e o outro no sentido São Paulo; haverá também uma obra de arte especial em forma de ferradura sobre a Praça Samuel de Castro Neves, que garantirá movimento de retorno e a ligação entre o bairro e a Avenida dos Estados”, explicou o secretário de Mobilidade Urbana, Carlos Bianchin. “O complexo será uma transformação urbana sustentável, teremos melhor integração com a Região Metropolitana. Essa intervenção tem um potencial de transformação real na região, ordenando o uso e ocupação do solo permitindo o desenvolvimento de novas atividades econômicas”, acrescentou.

Diante da complexidade da obra, Paulo Serra avalia o Complexo Santa Teresinha como um das intervenções mais desafiadoras da sua gestão. “Essa obra só foi possível porque conseguimos limpar o nome da cidade, por isso obtivemos esse financiamento junto ao BID. Será uma das maiores obras da nossa gestão, o maior desafio de mobilidade se levarmos em consideração o número de pessoas que serão impactadas, mas será tão importante quanto a duplicação do viaduto Antônio Adib Chammas, do Complexo Cassaquera, ambos já funcionando, e o Piscinão da Vila América, que também vamos tirar do papel”, prometeu Paulo Serra.