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Coluna
Quanto de água tem no copo?
Rodermil Pizzo
05/10/2021 | 00:01
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Para quem não sabe o Titanic não afundou pela parte do iceberg que se via do convés e sim pela parte que estava oculta aos olhos de todos a bordo.

Assim como as torres gêmeas não caíram pelo impacto dos aviões, mas por algo que não enxergamos. O calor extremo produzido pelo fogo do combustível desestruturou a coluna central de sustentação e o peso dos andares caindo um a um sobrepôs peso nos andares culminando na queda fatal.

Chegamos, então, à dúvida tradicional: o copo está meio cheio ou meio vazio? Se o copo está pela metade, apontado para cheio, ou pela metade, apontando para o vazio? Em análise racional, o copo esta com 50% de sua capacidade – isso é fato e não se discute.

No turismo, o mundo está voltando. As coisas vão de vento em popa. Tudo maravilhoso, vida que segue em frente, ao alto e avante, como diz Superman. Calma, nossos olhos e ouvidos veem e ouvem o que podemos e devemos saber. Não estou gorando ou ignorando fatos; estou sendo prático.

Ainda existem muitas dúvidas sobre o tamanho do impacto financeiro, pois o maior rastro da sujeira ainda tem de ser limpo e não temos como prever as operações futuras na prática.

Milhões terão de ser injetados na indústria turística, outros milhões terão de ser devolvidos aos clientes em forma de reembolso, milhares de processos se acumulam em fóruns e outros milhares em escritórios advocatícios, tanto no cível como no trabalhista, sentenças ainda serão proferidas e recursos e mais recursos custarão alto aos cofres das empresas turísticas. Somado a isso, existem os investidores que cobrarão seus retornos com fúria letal.

Impostos acumulados que foram parcelados e postergados por medida governamental terão de ser pagos, aluguéis e encargos passados seguem sendo negociados entre locatário e locador. O turismo apresenta, neste momento, média de 70% de recuperação de vendas quando comparado com o mesmo período dos anos anteriores. Porém este valor não cobre as despesas mensais e, quando cobrem, não sobra para fazer caixa acumulativo.

O discurso de empresários e CEOs do turismo apontam que o copo está meio cheio; por outro lado, a geladeira e os boletos dos que trabalham no segmento apontam para o meio vazio.

A verdade é que o copo com está com quantidade de água não mata a sede de todos.

Rodermil Pizzo tem 36 anos de atividades no turismo. É jornalista, empresário, professor universitário e mestre em hospitalidade. Esta coluna é atualizada todas as terças-feiras. E-mail: rodermil@dgabc.com.br




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