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Pandemia
Centros pós-Covid já atenderam
3.660 pacientes na região

Parcela de pessoas que precisam de atendimento é inferior a 2%; cansaço e falta de ar estão entre os sintomas mais frequentes

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
26/07/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/ DGABC


O carteiro Elio Pereira da Silva, 62 anos, teve Covid em maio. Morador de São Paulo, Silva se recorda de ter ido ao hospital e de se sentir muito cansado. Foi internado, entubado e acordou 22 dias depois. Ao chegar em uma clínica de recuperação de Santo André, há um mês, não conseguia fazer qualquer coisa sozinho. O diretor clínico da Nobre Saúde, onde o carteiro está sendo atendido, Sidney Ferreira Fernandes, explica que o quadro de polineuropatia, disfunção simultânea de vários nervos periféricos, tem sido muito comum em pacientes que tiveram a doença na sua forma mais grave, assim como taquicardia e fadiga.

Aos poucos, Silva vai retomando os movimentos. Já consegue respirar sem aparelhos, faz exercícios na fisioterapia e projeta a alta para o início do mês de setembro. Dos 30 quilos perdidos durante a internação, 16 já foram recuperados e ele aguarda ansioso para poder estar em casa com a mulher e a filha de 12 anos, além de retornar para o trabalho. “Vou abraça-las muito e agradecer a Deus por estar vivo”, afirmou.

Assim como o carteiro, ao menos 3.660 pessoas precisaram ser atendidas nos ambulatórios pós-Covid de quatro das sete cidades do Grande ABC. O número representa menos de 2% do total de pessoas que já se recuperaram na região. Segundo dados das prefeituras, pelo menos 117 pacientes seguem em tratamento 90 dias após a contaminação. No serviço público, as pessoas são encaminhadas, conforme a necessidade, após a alta ou por orientação do médico que realiza o atendimento.

Em São Bernardo, 326 pacientes foram encaminhados para atendimento na Policlínica Centro ou para o CER IV (Centro Especializado de Reabilitação). Segundo a Prefeitura, são oferecidos os serviços de fisioterapia e reabilitação respiratória, consultas com pneumologistas e oxigenioterapia domiciliar prolongada para os pacientes que necessitam de suplementação de oxigênio. Há também encaminhamento para serviços de reabilitação motora, neurológica e fonoaudiológica para os pacientes com disfagia. Dos 326 pacientes atendidos desde o início da pandemia, 28 permanecem nos serviços, sendo 12 deles há mais de 90 dias.

São Caetano atendeu 3.029 pessoas. As queixas mais comuns são dificuldade em respirar, perda de olfato e paladar, fadiga, tosse crônica, dificuldade em se locomover, entre outras. Em Diadema, até maio desde ano, os pacientes eram encaminhados ao atendimento de pós-Covid pelo CER II, prioritariamente, para atendimento em fisioterapia. Desde então, houve uma reestruturação para qualificar o atendimento e com essa nova metodologia, até o momento, chegaram ao CER II, encaminhados pela atenção básica, 46 pacientes. O encaminhamento é feito pelas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Ribeirão Pires, a primeira cidade a implementar um serviço dessa natureza, já atendeu 259 pessoas, sendo que 105 delas ficaram mais de 90 dias em acompanhamento. No ambulatório pós-Covid da cidade as principais sequelas dos pacientes são problemas respiratórios, neurológicos e psicológicos, descompensação das comorbidades já existentes ou diagnóstico de novas comorbidades, como pressão alta. Também já foram identificados sintomas como lapso de memória, cansaço, queda de cabelo, mialgia (dor muscular) e insônia.

Santo André informou que todo o serviço de saúde da cidade está disponível para atender pacientes que ficaram com alguma sequela da Covid, desde motoras, cognitivas ou respiratórias. Segundo a administração, desde o começo da pandemia a Secretaria de Saúde monitora todos os pacientes que tiveram alta dos hospitais para encaminhamento aos serviços necessários. Mauá e Rio Grande da Serra não responderam.
 




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