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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Política
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São Bernardo
Na ação, governo Morando admite ter reservado valor maior de publicidade do que orçamento de Comunicação

Subprocurador cita possibilidade de remanejamento para evitar ilegalidade

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
25/06/2021 | 00:31
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Denis Maciel/Dgabc


O governo do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), admitiu que reservou à Secretaria de Comunicação valor inferior à quantia estimada no futuro contrato de publicidade da gestão tucana, mas minimizou o fato, dizendo ser possível fazer remanejamento orçamentário para cobrir as despesas.

Em resposta preliminar na ação popular movida pelos vereadores Glauco Braido (PSD), de São Bernardo, e Rubinho Nunes (ex-Patriota), de São Paulo, o subprocurador-geral do município, Frederico Augusto Sossai Pereira, alegou que a peça possui “série de equívocos interpretativos”.

Na quarta-feira, o Diário mostrou trechos da ação da dupla de parlamentares. Eles apontam que o futuro contrato de publicidade (cuja licitação está em andamento) pode envolver três empresas diferentes, com gastos unitários de R$ 15,4 milhões ao ano – somados, R$ 46,2 milhões. O valor supera em R$ 22,8 milhões a dotação orçamentária da Secretaria de Comunicação, segundo a LOA (Lei Orçamentária Anual), já que a verba reservada ao setor é de R$ 23,4 milhões.

Para Pereira, esse ponto não constitui ilegalidade. “O fato de a lei orçamentária fixar um valor supostamente inferior ao projetado para o contrato não implica em nenhuma ilegalidade justamente pelo fato de a própria lei prever a possibilidade de suplementação por meio de decreto.”

O subprocurador adicionou que nenhuma licitação pode ser processada sem a devida reserva orçamentária. Ou seja, garantiu que haveria uma espécie de trava de gastos do acordo de publicidade se não houver remanejamento orçamentário, para que o investimento fosse adequado à receita da Secretaria de Comunicação, comandada por Thais Santiago.

“Por fim, o último ponto a ser destacado é que o valor da licitação é meramente estimado e não será o realmente levado a cabo ao fim do certame e muito menos será o que será fielmente executado”, bancou o subprocurador. “A estimativa de R$ 22 milhões certamente não será concretizada de fato neste exercício de 2021, primeiramente por já estarmos em meados do ano e, segundo, por historicamente os contratos dificilmente alcançarem a execução de fato dos 100% contratados”, considerou.

A ação popular tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública, sob os cuidados do juiz Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho. Até o fechamento desta edição, o magistrado não havia se pronunciado acerca do pedido de liminar pedido pelos vereadores para, pelo menos, paralisar o andamento da concorrência pública para contratar novas agências de propaganda.

Segundo Glauco, a ação teve como base volume de reclamações de munícipes buscando entender por que a Prefeitura veiculava anúncios na Rede Globo em horário nobre, a despeito de a cidade sofrer com queda de arrecadação em meio à pandemia de Covid-19. 




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