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Aumenta em 46% internação domiciliar no Grande ABC

Quatro das cinco cidades que ofertam o serviço ampliaram o número de pacientes em 2021

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
16/05/2021 | 00:01
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Celso Luiz


Dados de quatro de cinco prefeituras do Grande ABC que contam com programas de internação domiciliar – Diadema e Rio Grande da Serra não ofertam o serviço – mostram que o número de pacientes atendidos passou de 1.665 em março do ano passado para 2.429 em março deste ano, aumento de 45,9%. Apenas Ribeirão Pires registrou queda no número de usuários. Segundo as administrações municipais, o aumento é reflexo da pandemia, já que existem pacientes que se recuperam da Covid-19, mas seguem necessitando de atendimento para tratar as sequelas.

Morador de São Caetano, o metalúrgico Paulo Rogério Lemos, 61 anos, não enfrentou a Covid-19, mas esteve entre a vida e a morte por causa de enfisema pulmonar, foi para casa e agora conta com o SAD (Serviço de Atenção Domiciliar). A advogada Evelyn Barbosa Lemos, 36, filha de Lemos, relembra que o estado de saúde do pai era crítico e todos achavam que o metalúrgico viria à óbito em pouco tempo. Surpreendendo a todos, Lemos se recupera desde o fim de 2019 e a família atribui a melhora à combinação do atendimento que ele recebe no conforto de estar em casa, junto das irmãs e dos filhos.

Por meio do SAD, Lemos tem à disposição cilindros de oxigênio, respirador, medicamentos e todos os insumos necessários, além de visitas semanais de enfermeiras do programa. “Estar em casa é bem melhor e o atendimento que eu recebo não poderia ser melhor”, elogiou ele, que já consegue retirar o tubo de oxigênio para conversar um pouco.

O metalúrgico é um dos 1.432 munícipes de São Caetano que são atendidos em domicílio. A Prefeitura explicou que como o paciente pode ser visitado de maneira mais espaçada e como está com quadro mais estável, o cuidado é realizado pela equipe de Saúde da Família/Atenção Básica de sua referência. Já os casos de maior complexidade são acompanhados pelas Emads e Emaps (Equipes Multiprofissional de Atenção Domiciliar e de Apoio) do programa.

Em Santo André, o número de atendidos em março era de 422 pessoas. A administração informou que, em decorrência da pandemia, houve aumento considerável na demanda, tanto de pacientes agudizados quanto de pacientes crônicos. Em São Bernardo, 347 pessoas são atendidas por equipes de saúde em suas residências.

A Prefeitura de Mauá também informou que a pandemia aumentou a demanda pelos atendimentos domiciliares e a cidade tem 52 pacientes no programa. Em Ribeirão Pires, 156 pessoas estão incluídas no serviço Melhor em Casa. A adesão ao programa está condicionada à critérios clínicos, mas, de forma geral, os munícipes que tiverem necessidade de atendimento podem procurar as UBSs (Unidades básicas de Saúde) para obter informações. No caso de pacientes que estavam hospitalizados, o encaminhamento ao programa, quando necessário, é feita durante o procedimento da alta. 

Setor privado também acusa alta na demanda

O sistema privado de saúde também vive aumento da procura por atendimento domiciliar. A Domicile, empresa que atende mais de 30 convênios médicos, viu a modalidade crescer substancialmente nos últimos 12 meses, até como forma de colaborar com a vacância de leitos de internação. No Grande ABC, ao menos 17 clientes da empresa utilizam o serviço.

Especialista em fisioterapia respiratória e responsável da empresa, João Paulo Silveira explicou que a Domicile desenvolveu protocolo para que o paciente contasse com mini estrutura hospitalar. “O custo de manter paciente em casa é quase 60% menor do que no hospital. Isso é vantagem para as operadoras de convênio”, afirmou.

Na pandemia também aumentou busca por álcool gel, máscaras e excitadores respiratórios, usados no tratamento das sequelas. A procura por esse último item, de acordo com a plataforma de produtos e serviços de saúde Suprevida, subiu 800% em Santo André. Em São Caetano, o incremento na demanda por máscaras foi de 1.200%. Os números compararam resultados de março e abril de 2020 com mesmo período de 2021.

Segundo o fundador da plataforma, Rodrigo Correia da Silva, os números refletem exatamente os picos da pandemia. “Quando as UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) estavam com lotação máxima e o número de mortos era crescente, percebemos por meio da nossa plataforma aumento muito grande na compra de produtos e até mesmo na busca por informações”, relatou. “As pessoas ficaram desesperadas e correram para tentar se proteger”, concluiu. 




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