A Fascitec, especializada em automação industrial de São Bernardo, teve no mês passado retração de 30% em relação ao mês anterior. “O racionamento interferiu na decisão das empresas de realizar projetos novos”, afirmou o consultor técnico José Fascini Filho. Além da queda na receita, a companhia teve retração na margem de lucro, por conta da alta do dólar. A Fascitec utiliza componentes importados nos painéis que comercializa.
A Conexel, que produz conectores, tomadas e ainda realiza projetos de automação, também registra retração nas encomendas. “Há muitas empresas preocupadas com o racionamento. O mercado está parado, é preciso estabilidade para se poder trabalhar”, disse o assessor de diretoria, Luiz Lucas Castelo Branco. Ele não revelou projeções, mas afirmou que a empresa continua com metas de crescimento para este ano, embora “sem euforia”.
Fabricante de geradores de grande porte para hidrelétricas e termelétricas, a Toshiba do Brasil, de São Bernardo, também teve alta nos custos de suas matérias-primas, como aço e cobre, cotados em dólar no mercado internacional. De acordo com o superintendente comercial, Dieickson Barbosa, as metas de racionamento não afetaram a produção. “Mas sentimos um desaquecimento.” As exportações da empresa correspondem a 35% da receita e, segundo ele, o dólar alto pode até ajudar no médio prazo.
Para o vice-presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Sérgio Galdieri, os números mostram que mesmo com a disparada do dólar, não tem se evitado um forte déficit na balança comercial do setor.
As exportações nessa área tiveram queda em abril (últimos números disponíveis) de 12,9% ante março. No acumulado do ano (janeiro-abril), somaram US$ 1,34 bilhão, acréscimo de 5,5% ante o mesmo período de 2000. As importações totalizaram US$ 4,54 bilhões, 39,1% acima na comparação com o ano passado. Mobilização – As associações da indústria eletroeletrônica se mobilizaram na última semana para reverter intenções do governo de antecipar as reduções de tarifas de importação de componentes eletrônicos, com a Tarifa Externa Comum (TEC), que era prevista para entrar em vigor em 2006.
Para isso, enviaram um manifesto de repúdio à mudança. “Isso desestimula novos investimentos no país”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Paulo Saab. “Com a antecipação, corremos o risco de perder postos de trabalho”, afirmou Galdieri.
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