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Coronavírus impacta a natação

Covid-19 restringe os treinamentos, muda a rotina, mantém fechado equipamento recém-reinagurado em Santo André e ainda faz vítima fatal

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
22/03/2021 | 00:01
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Pixabay


Dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio compõem a fórmula de uma substância fundamental para nossas vidas: a água, que integra aproximadamente 70% do corpo humano, que, por sua vez, exige consumo do líquido. Neste último ano, tornou-se item ainda mais fundamental, combinado ao sabão, para higienização no combate à disseminação do novo coronavírus. Hoje, Dia Mundial da Água, é momento perfeito para debater, conscientizar, conservar, preservar, proteger este bem tão precioso e escasso em muitos lugares, como também relembrar que apesar de ser aliada no combate à pandemia, acabou sendo restrita para um público que depende ainda mais dela para sobreviver: os nadadores.

Em Santo André, por exemplo, a nova piscina olímpica do Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia foi reinaugurada em agosto do ano passado. Modernizado, o espaço – que ganhou nome de Professor Dirceu Macedo, em homenagem a grande personalidade do esporte no município – teve pouca atividade desde então, justamente em razão da Covid-19. Afinal, a poucos passos dali está montado um hospital de campanha, dentro do ginásio principal Laís Elena, atendendo pacientes das mais diferentes complexidades da doença. Consequentemente, os 130 atletas dos 7 aos 80 anos, das categorias ‘petiz 1’ a ‘master z’ ficaram praticamente sem casa.

“Chegamos a utilizar a piscina olímpica com horários e turmas reduzidas em (outubro e) novembro de 2020, quando os casos haviam diminuído consideravelmente, mas foi em prol da saúde mental dos atletas, sem nenhuma pretensão de rendimento. Foi para que os atletas pudessem minimamente ver pessoas, respirar ar puro, ter o mínimo de contato com o meio líquido que, afinal, é aquele que todos amam e se sentem bem. Neste ano, conseguimos retornar com todas as categorias durante três semanas em fevereiro, mas como os casos de Covid voltaram a aumentar, suspendemos novamente o treino presencial. Então toda essa situação impactou bastante (a modalidade)”, contou a coordenadora da natação competitiva de Santo André, Juliana Lima de Almeida Mayer.

Desta forma, todos os atletas voltaram aos treinos virtuais. “A projeção é mantê-los ativos fisicamente e saudáveis mentalmente, para que a gente possa retomar o presencial o quanto antes. Dependemos única e exclusivamente da pandemia, número de casos, internações e leitos. A gente, desde o princípio, vai zelar pela saúde de todos os envolvidos, atletas, familiares, comissão, equipe de apoio”, explica Juliana.

Aliás, segundo a coordenadora, esta preocupação com todos os envolvidos no dia a dia da modalidade tem, inclusive, fator emocional, porque a rotina proporciona a proximidade de todos. “As famílias são muito unidas, porque existe convívio muito grande”, conta. Desta forma, todos ficaram muito abalados na semana passada quando a Covid vitimou Caio Fioretto, pai de dois atletas (Heitor e Enzo), que havia sido atleta do master (estava realizando check-up para retornar) e integrava a comissão de pais. “Era muito ativo tanto como cidadão andreense quanto na natação. Foi um choque, um baque, a equipe está sentindo muito e no retorno vai ser difícil, porque era realmente pessoa próxima e ativa.”


OBJETIVO

Na semana passada, a Argentina recebeu o Campeonato Sul-Americano de Esportes Aquáticos. E se em outras épocas Santo André já teve representantes na Seleção Brasileira, quando a pandemia permitir o objetivo será recolocar competidores representando o País. “Temos alguns atletas que são promessas, que vêm com a gente desde jovem, outros que chegaram recentemente, mas que têm nível próximo de Seleção. Precisamos do alívio da pandemia para dar continuidade ao trabalho dentro da água para poder desenvolver. Só conseguiremos saber quando voltarem os eventos. Então tudo depende da pandemia, estamos travados por ela”, explicou Juliana. 




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