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História de vida
Andreense passa 153 dias internado e vence infecção pelo novo coronavírus

Mesmo com plano de saúde em dia, motorista escolhe se tratar na rede pública municipal

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
15/02/2021 | 08:31
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Denis Maciel/DGABC


Um milagre de Deus. É assim que Calvino Munhoz Loureiro, 54 anos, enxerga sua luta de 153 dias contra a Covid. Embora tenha sido acometido pelo vírus em maio do ano passado e tido alta em outubro, o morador da Vila Rica, em Santo André, pôde contar só agora, que está totalmente recuperado, um pouco da sua história de superação, garantindo que recebeu “uma segunda chance de viver”.
O caminhoneiro, que tem plano de saúde que atende somente na cidade de Santos, no Litoral Paulista, contou que realizava trabalho em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, quando passou mal e foi levado ao hospital na Baixada Santista. “Era dia 9 de maio. Fiquei internado, fui diagnosticado com o novo coronavírus, mas logo no dia seguinte o hospital me liberou. Minha esposa foi me buscar e retornei para Santo André, onde moro com ela e minha sogra”, explicou.

Loureiro disse que ainda sentia mal-estar e, no dia seguinte, acordou com dificuldade para respirar. Foi aí que sua luta contra o pior vírus deste século começou. No entanto, não pensou sequer por um segundo em voltar para a rede privada e optou por buscar atendimento médico municipal. “Tinha muita falta de ar e tossia demais. Minha esposa me levou na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e, de lá, fui direto para internação no (hospital de campanha do Complexo Esportivo Pedro) Dell’Antonia. Me entubaram naquele mesmo dia”, relembra. “Naquela época, ainda início de pandemia, já se falava que o melhor lugar para ser tratado de Covid era na rede pública, que já estava preparada para receber os pacientes”, afirma o caminhoneiro.

O quadro grave de Loureiro fez com que a equipe médica optasse por transferi-lo ao CHM (Centro Hospitalar Municipal), sobretudo pela estrutura completa do equipamento, já prevendo que a situação de saúde dele poderia piorar. “Depois de 15 dias começaram o processo de desentubação. Mas precisei de hemodiálise e, no procedimento, fui acometido por uma bactéria que se instalou no pulmão, deu infecção generalizada, e passei quatro meses internado”, lamenta.

Em coma induzido, Loureiro lutou para viver. Segundo ele, todos os órgãos já davam sinais de perda de função e somente seu coração seguia batendo. “Depois as enfermeiras me contaram que o médico disse que eu não passaria daqueles dias. Mas eu venci e dia 9 (de outubro) tive alta sob aplausos”, contou, emocionado. “Foi Deus quem me abençoou e me deu essa segunda chance. Estou aqui hoje para proclamar o nome Dele, e me doar a Jesus, que está no meu coração. Foi Deus quem me trouxe de volta para que pudesse testemunhar essa grande libertação”, agradeceu Loureiro.

A vontade de viver se somou à dedicação da equipe médica. O caminhoneiro diz que, não fosse pelo grupo, “muito provavelmente” ele não estaria aqui hoje para contar sua história. “Foi Deus quem colocou eles ao meu lado, me segurando. Foram eles que não me deixaram sair do hospital antes de estar recuperado de tudo”, elogia, afirmando ainda que o trabalho dos hospitais da rede o salvou. “O tratamento foi muito caro. Passei muito tempo internado e, se fosse na rede privada, talvez teria ido para casa antes”, afirma ele. 




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