Segundo relato do advogado A. à polícia, ele teve parte dos dentes da frente quebrados depois que um dos seguranças tentou enfiar o cano de uma arma de fogo dentro de sua boca, numa área nos fundos do estabelecimento.
Os dois boletins de ocorrência feitos por F. e A. não representam as únicas acusações de violência protagonizadas por seguranças do Street Bar. No último dia 3 de julho, o vendedor André Luiz da Costa, 23 anos, também registrou um B.O. Um inquérito já foi instaurado para identificar os responsáveis pelas agressões, segundo o escrivão-chefe do 4º DP, Fábio Carvalho.
As agressões sofridas por F. ocorreram após uma discussão banal na fila dos caixas da casa noturna, por volta das 3h. Ele e sua mulher reclamaram que outros clientes estavam pagando várias comandas de uma só vez. Segundo F., um colega dele foi pedir a ajuda do segurança para solucionar o problema. O segurança "se alterou" e iniciou uma discussão com o rapaz.
Um outro se aproximou, aplicou-lhe uma gravata e o imobilizou. F. tentou apartar a confusão e também foi imobilizado. Durante a agressão, um bracelete de F. sumiu. "Cinco seguranças me levaram para o lado de fora e me agrediram com socos e pontapés. Fiquei cheio de hematomas. Foi humilhante". Segundo o corretor, um dos agressores afirmou ser PM.
A violência teria continuado minutos depois, quando o advogado A. tentou "apaziguar" a confusão envolvendo seu amigo F. "Eles me levaram para os fundos do bar e me bateram. Um deles disse ser policial, sacou uma arma e colocou na minha boca. Depois, pegou um pedaço de pau e bateu na minha cabeça".
O gerente do Street Bar, Ricardo Soares, nega as agressões. Ele disse que foi F. quem iniciou a confusão. "Ele estava completamente alterado e deu um soco no vidro do caixa, que estilhaçou", declarou.
O operador de caixa do bar Laércio Neves, 50, reitera a versão de Soares. "Trabalhamos com 16 seguranças. São de uma empresa contratada, com registro na Polícia Federal. Nenhum deles é policial, e não usam armas. Jamais autorizaríamos qualquer agressão a clientes", completou Soares.
Ele não soube dizer qual é a empresa, mas afirmou que forneceria a informação ao Diário nesta quinta.
Primeiro caso - Uma brincadeira resultou em agressões, no último dia 3 de julho, segundo o vendedor André Luiz Costa. "Brincando, um amigo jogou um copo na mão de outro. Um dos seguranças repreendeu um de meus amigos. Eles começaram uma discussão e o segurança deu um tapa na cara dele", disse Costa. Tomando as dores do amigo, Costa se dirigiu ao agressor. "Levei um tapa na cara e uma joelhada nos testículos".
A gerência da casa contesta. Soares disse que Costa quebrou três copos e apenas foi retirado do Street Bar. O segurança José Salles, 25 anos, disse à polícia que Costa deu-lhe um soco e o ameaçou com uma garrafa quebrada.
Segundo Miriam Bazote, do Sesvesp (Sindicato das Empresas de Vigilância de São Paulo), as casas é que são responsáveis por eventuais abusos dos seguranças contratados.
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