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Avanço da pandemia
Em 3 meses, casos de Covid aumentam 94%

Média diária dos últimos 15 dias foi de 558 novas infecções, contra 287 registradas no fim de setembro

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
17/12/2020 | 00:01
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Agência Brasil


Dados da SP Covid Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria), mostram que entre os dias 15 e 29 de setembro o Grande ABC teve média diária de 287 novas infecções e 13 mortes em decorrência da Covid-19. Três meses depois, entre 29 de novembro e 13 de dezembro, foram 558 pessoas contaminadas e 15 óbitos, aumento de 94% nos registros de moradores da região infectados e de 15% em vítimas fatais.

Infectologista e professor do curso de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Renato Grinbaum avalia que os dados não indicam, objetivamente, que os quatro feriados ocorridos no período têm relação com o avanço da doença. “O que não quer dizer que eles não podem ter influenciado”, complementa, citando que seria preciso outras investigações para a confirmação.

O infectologista afirmou que, até o momento, os dados são indicativos de crescimento sustentado, ou seja, que não é marcado por picos de muitas contaminações. Questionado se o País vive uma segunda onda da doença, Grinbaum ponderou que a questão de nomenclatura é apenas semântica e não altera o fato de que há um recrudescimento na ocorrência de casos, gerando ameaças reais para a população. Na avaliação do especialista, além de um comportamento típico de pandemias, o aumento é resultado do relaxamento dos cuidados adotados pela população.

Psiquiatra, neurocientista e pesquisador, Pablo Vinicius explica que existe um nome para esse comportamento em algumas pessoas: fadiga da quarentena. O especialista detalha que o organismo tem um sistema de alerta que prepara as pessoas para algum perigo. Isso ocorreu no início da pandemia, mas com o passar dos meses há uma fadiga nesse sistema, que não é preparado para estar ativo por tanto tempo. 

“A parte do cérebro que avalia os riscos começa a ser afetada e o problema, o perigo, começa a parecer menor, porque a capacidade de avaliação do indivíduo também fica comprometida”, afirma. 

Integrante do CRP/RN (Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte), Emanuelle Camelo lembra que seres humanos são complexos biopsicossociais e que sofrem influências biológicas, psicológicas e sociais, que agem de maneira multifatorial e integrada sobre nosso comportamento. “Não ter um discurso alinhado entre os governantes, por mais que exista autonomia entre os entes federativos, contribui para que haja desinformação e resistência em adoção de medidas de cuidado por uma parcela da população”, finaliza.




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