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Terça-Feira, 30 de Abril de 2024

Molusco da Billings é natural de represas, conclui estudo
Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
08/09/2003 | 20:47
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Parte do mistério sobre os moluscos gigantes que apareceram na represa Billings, dentro do Parque Milton Marinho de Moraes, em Ribeirão Pires, chegou ao fim nesta segunda-feira, quando a equipe do Museu de Zoologia da USP (Universidade de São Paulo) identificou a espécie dos animais. Tratam-se de moluscos bivalves (quando a concha é dividida em duas partes) cujo nome científico é anodontites trapesialis. São comestíveis, segundo os biólogos da USP, que no entanto confirmaram que os animais podem estar contaminados. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Pires informou que a Vigilância Sanitária só concluirá a análise microbiológica dos moluscos dentro de 15 dias. Os pesquisadores também afirmaram que a espécie viveria na Billings há mais de um ano.

Vulgarmente chamados de mariscos (palavra que designa apenas espécies marinhas), o molusco da Billings é típico de água doce, comum em rios e represas. São, portanto, nativos do local, o que derrubou a teoria de que seriam uma espécie invasora.

De acordo com a bióloga Waverli Neuberger, coordenadora do Núcleo e Agência Ambiental da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), de São Bernardo, os exemplares encontrados são adultos e têm, pelo menos, um ano de vida. “O tamanho dos moluscos e a espessura das conchas nos dão a entender isso”, disse.

A teoria de que o crescimento demasiado da espécie seria devido à ação de poluentes, sugerida por ambientalistas e pescadores, também foi descartada pela bióloga. “O Museu da USP possui exemplares idênticos com até 20 cm”, informou. “Ninguém dali os conhecia porque nunca o nível da represa esteve tão baixo”, concluiu Waverli. Os exemplares achados em Ribeirão Pires têm entre 8 cm e 25 cm, e pesam quase meio quilo.

A bióloga da Umesp disse também que alunos do último ano de biologia escolheram o molusco como tema de monografia. “O anodontites trapesialis é hospedeiro de uma parasita que afeta as tilápias, um dos peixes mais abundantes da Billings. O parasita causa manchas brancas no corpo e nas nadadeiras destes peixes, e pode matá-los. Queremos descobrir se a presença dos moluscos não está causando um desequilíbrio na população das tilápias”, explicou Waverli, que afirmou que a parasita não é prejudicial ao homem que come as tilápias.




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