Vulgarmente chamados de mariscos (palavra que designa apenas espécies marinhas), o molusco da Billings é típico de água doce, comum em rios e represas. São, portanto, nativos do local, o que derrubou a teoria de que seriam uma espécie invasora.
De acordo com a bióloga Waverli Neuberger, coordenadora do Núcleo e Agência Ambiental da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), de São Bernardo, os exemplares encontrados são adultos e têm, pelo menos, um ano de vida. “O tamanho dos moluscos e a espessura das conchas nos dão a entender isso”, disse.
A teoria de que o crescimento demasiado da espécie seria devido à ação de poluentes, sugerida por ambientalistas e pescadores, também foi descartada pela bióloga. “O Museu da USP possui exemplares idênticos com até 20 cm”, informou. “Ninguém dali os conhecia porque nunca o nível da represa esteve tão baixo”, concluiu Waverli. Os exemplares achados em Ribeirão Pires têm entre 8 cm e 25 cm, e pesam quase meio quilo.
A bióloga da Umesp disse também que alunos do último ano de biologia escolheram o molusco como tema de monografia. “O anodontites trapesialis é hospedeiro de uma parasita que afeta as tilápias, um dos peixes mais abundantes da Billings. O parasita causa manchas brancas no corpo e nas nadadeiras destes peixes, e pode matá-los. Queremos descobrir se a presença dos moluscos não está causando um desequilíbrio na população das tilápias”, explicou Waverli, que afirmou que a parasita não é prejudicial ao homem que come as tilápias.
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