A dona-de-casa Patrícia Miranda Pereira, 19 anos, estava grávida de 40 semanas e buscou ajuda no CHM (Centro Hospitalar Municipal), em Santo André, na segunda-feira passada. A família afirma que o órgão de Saúde não prestou atendimento adequado, o que teria colaborado para a perda do bebê, que nasceu, mas morreu na manhã seguinte. Os médicos do CHM explicam que realizaram todos os exames possíveis e rebatem qualquer crítica.
Na manhã de segunda-feira, Patrícia chegou ao hospital sentindo dores e foi atendida por uma equipe médica. Ela foi medicada e examinada, recebendo a recomendação de que retornasse para casa, porque ainda não havia chegado a hora de realizar o parto.
A dona-de-casa voltou a sentir dores no início da noite e buscou novamente auxílio. Desta vez, foi atendida por outra equipe que realizou uma cesárea. Durante a cirurgia, ficou constatado um descolamento prematuro de 35% a 40% da placenta, segundo o laudo médico. O bebê foi retirado com vida.
A criança, que receberia o nome de Júlio César Pereira Vioto, viveu somente 13 horas e 47 minutos. Morreu na terça-feira, depois de cinco paradas cardíacas. A mãe resistiu à cirurgia e não corre risco.
Os familiares de Patrícia questionam o fato de a dona-de-casa ter passado pelo hospital na parte da manhã e não ter permanecido internada. "Não quiseram interná-la quando ela precisava. Me sinto impotente. É uma injustiça", diz Leandro Vioto, 19 anos, pai do bebê.
Avó da criança, Rosa Maria Vioto, 49, lamenta o que considera falta de atendimento correto logo pela manhã. "A médica ainda disse para o meu filho que, para nascer, a criança dependeria da força da natureza", afirma.
A equipe médica do CHM explica que, no primeiro atendimento do dia, mãe e criança apresentavam quadro normal de saúde, depois de todos os exames a que foram submetidos. A recomendação para que voltassem para casa foi a mais correta naquele momento, na avaliação do coordenador de Obstetrícia do CHM, Valdemar Bliacheriene. "O descolamento prematuro da placenta foi agudo e ocorreu posteriormente. Durante a manhã, não havia qualquer indício ou diagnóstico de que isso poderia acontecer", diz.
O secretário de Saúde do município, Homero Nepomuceno Duarte, mostrou todos os exames realizados à reportagem e garantiu que não houve equívoco por parte dos médicos. "A grande maioria das mulheres perde o útero ou até mesmo vem a falecer quando ocorre este tipo de fatalidade. Pelo quadro da paciente não havia como prever esse acontecimento pelo quadro da paciente."
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