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Em família
Filhos usam sobrenome, mas buscam luz própria

Levantamento aponta ao menos 15 candidaturas com histórico atrelado a políticos do Grande ABC

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
11/10/2020 | 23:39
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Divulgação/Juarez herdou o Tudo Azul do pai e passou para o filho, Eduardo


As eleições municipais do Grande ABC colocam em jogo 142 cadeiras de vereador. Filhos de políticos tradicionais aparecem registrados na disputa entre os postulantes por vaga nas câmaras das sete cidades. Levantamento do Diário aponta ao menos 15 candidaturas com histórico familiar atreladas a ex-detentores de cargo eletivo. A máxima adotada por parte dos pleiteantes é utilizar o sobrenome conhecido nas urnas, mas buscar luz própria para conquistar espaço.

A lista identificou figuras que tentam assegurar pela primeira vez assento no Legislativo (confira quadro ao lado), a exemplo de Daniel Buissa (PV), empresário, 29 anos, filho do ex-vereador e secretário de Administração de Santo André, Fernando Buissa Gomes, assim como o advogado Caio Salgado (PL), 37, de São Caetano, representante do clã na corrida e terceira geração da família, caso semelhante ao do advogado Eduardo Tudo Azul (PSDB), 38, filho do presidente da Câmara de São Bernardo, Juarez Tudo Azul (PSDB).

Avô de Caio Salgado, Osvaldo foi vereador por 24 anos. Secretário de Segurança, Jorge, pai de Caio, exerceu quatro mandatos. Diretor da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Caetano, seguindo atuação da família, ele pontuou que há orgulho do trabalho desenvolvido na cidade. Ponderou, contudo, que o propósito não é sequência em cargos políticos. “Quero dar continuidade ao trabalho social que a família sempre fez, tendo como proposta estar acessível, na rua. Não sou só o filho do Jorge. Trabalho no escritório (de advocacia), legado na Apae de 19 anos. Tenho representatividade por isso. Minha primeira votação quebra esse estigma.” Em 2016, recebeu 1.411 votos.

Ex-tesoureiro da OAB, Eduardo Tudo Azul corrobora com a tese de Caio. Segundo o tucano, o plano “não pode ser candidato a manutenção de cargo, continuísmo”. “Entendo que a política é propósito. Quero continuar servindo a população. Sou uma opção, com a ideia de que política seja resgatada com bons princípios sempre trabalhando pela coletividade. Tudo Azul é sobrenome muito bem aceito. Alguns anos no Legislativo sem nada que desabonasse. Faço questão, por outro lado, que o voto tem que ser consciente. As pessoas ouvem, julgam, preciso estar preparado e apresentar propostas concretas, factíveis. Prioridade passa pelo trabalho social voltado à área da saúde.”

O rol computa a empresária Bruna Lopes (PSDB), 30, de Mauá, filha do ex-parlamentar e ex-prefeito Diniz Lopes, além do advogado Mauricio Soares Junior (MDB), 46, filho do ex-triprefeito de São Bernardo Mauricio Soares, a pedagoga Silvana Demarchi (PSL), 58, filha do também ex-prefeito Walter Demarchi, Polita Teixeira, 43, de Ribeirão Pires, filho do ex-chefe do Executivo de Rio Grande da Serra Aarão Teixeira – irmão do atual vereador Rato Teixeira –, e o empresário Sergio Lessa (PSDB), 49, filho do ex-vereador de Ribeirão João Lessa.

Comerciante há dez anos em Mauá, Bruna Lopes pontuou que o sobrenome abre portas para o diálogo com o eleitorado, mas nada adianta sem demonstração de capacidade. “Sempre acompanhei a trajetória do meu pai, vereador, prefeito, deputado. Ele é meu grande professor, não vejo rejeição. Me ensinou como trabalhar da forma correta. Nome ajuda muito, só que isso não pode ser isolado. Ao mesmo tempo, a mulher vem ganhando força (na sociedade), e pretendo colocar projetos de estímulo às mulheres e à juventude, como incentivo ao primeiro emprego.”

Seis candidatos conseguiram sucesso dentro deste quadro no pleito de 2016, sendo eles Lucas Zacarias (PTB, Santo André), Alex Mognon (PSDB, São Bernardo), Márcio Júnior (Podemos, Diadema), Rodrigo Capel (Cidadania, Diadema), Fernando Rubinelli (PTB, Mauá) e Rato Teixeira (PTB, Ribeirão Pires). 




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