Os dados foram apresentados ontem pela engenheira ambiental da Petroquímica União (PqU), Maria de Fátima Soares Ribeiro, encarregada da pesquisa sobre a origem, classificação de risco e destinação dos resíduos industriais produzidos em Capuava. A pesquisa foi realizada com base em informações coletadas na PqU, Refinaria de Capuava (Recap), Solvay, Polibrasil, Oxiteno, Polietilenos União, Cabot e Unipar.
Maria de Fátima afirmou que as petroquímicas gastaram R$ 2,6 milhões no ano passado para dar destinação final ao lixo. Os aterros sanitários Sasa, em Taubaté, e Ecosistema, em São José dos Campos, receberam 8 mil toneladas de lixo no ano passado. Outras 3 mil toneladas foram enviadas para co-processamento em fábricas de cimento fora de São Paulo. O lixo entra como combustível para manutenção dos fornos de secagem de cimento. A cimenteira Itambé, do Paraná, foi a mais utilizada. Os incineradores da Bayer, no Rio de Janeiro, e da Cable, no Paraná, receberam cerca de 300 toneladas de material perigoso. Outras 4,7 mil toneladas recebem tratamentos diversos, como o encerramento em cápsulas de proteção fora da região.
Todas as rotas para o lixo industrial são controladas pela Companhia Estadual de Tecnologia em Saneamento Ambiental (Cetesb), responsável pela autorização destes procedimentos de acordo com o risco apresentado em cada caso. As cargas são fiscalizadas também nos locais de destino pelos órgãos ambientais de outros Estados.
A auditoria, o transporte e a destinação final dos resíduos, no entanto, são responsabilidade das empresas emissoras, que podem ser autuadas caso ocorram despejos clandestinos. Maria de Fátima afirmou que o único ponto de destinação de lixo das petroquímicas na região é o aterro sanitário Boa Hora, localizado no Pólo de Sertãozinho, em Mauá. Para lá são enviados resíduos classes 2 e 3. De acordo com ela, as empresas estão proibidas de utilizar o aterro sanitário Lara, também de Mauá.
A pesquisa revelou ainda que as empresas do Pólo Petroquímico economizam R$ 300 mil por ano com a reciclagem de resíduos sólidos para reaproveitamento interno.
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