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Domingo, 28 de Abril de 2024

EUA dizem que acusações de italiana são absurdas
Da AFP
07/03/2005 | 16:46
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O governo dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira que era absurda a acusação da jornalista italiana Giuliana Sgrena de que soldados americanos tentaram matá-la deliberadamente quando foi libertada na sexta-feira após um mês de seqüestro no Iraque.

"É absurdo sugerir que nossos soldados deliberadamente dispararam contra civis inocentes. É claramente um absurdo", destacou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. "Lamentamos este incidente e vamos realizar uma investigação completa para saber o que exatamente aconteceu", garantiu McClellan.

"A estrada que leva ao aeroporto de Bagdá é uma das mais perigosas do Iraque. É um lugar onde 'camicases' (homens-bomba) cometem atentados suicidas, é um lugar onde elementos do antigo regime atiram sobre os soldados da coalizão", acrescentou.

O ataque, que acabou matando o agente secreto italiano Nicola Calipari e feriu a jornalista e mais um passageiro do carro, reacendeu a fúria da opinião pública na Itália contra os Estados Unidos.

Libertada sexta-feira por seus seqüestradores, a jornalista italiana estava com agentes secretos italianos perto do aeroporto de Bagdá e foi alvo de disparos de uma patrulha americana.

Neste domingo, ela alimentou a suspeita de que a chuva de tiros tenha realmente sido contra ela, apesar de os primeiros elementos da investigação não comprovarem esta tese. "Todo mundo sabe que os americanos não querem negociações para a libertação de reféns: então não vejo porque eu não seria alvo dos tiros deles", declarou a jornalista de esquerda, que sempre foi contra a guerra no Iraque.

Na noite de sexta-feira, o presidente americano, George W. Bush, telefonou para seu "amigo", o presidente do Conselho Italiano Silvio Berlusconi para manifestar seu pesar. Ontem, o secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, ligou para seu colega italiano, Antonio Martino.

A imprensa americana dedicou inúmeras páginas ao tiroteio, nesta segunda-feira, lembrando os inúmeros incidentes que ocorrem em postos de controle no Iraque.

O agente dos serviços secretos italianos morto quando tentava proteger a ex-refém Giuliana Sgrena dos tiros americanos é apenas uma das muitas vítimas de disparos fatais de soldados americanos.

Sexta-feira, um soldado búlgaro da Força Multinacional mobilizada foi morto por "disparos amigos". Gardi Gardev, 30 anos, foi morto pelo exército americano numa estrada entre Diwaniyah (centro) e Bagdá, quando voltava a sua base após uma patrulha a bordo de um veículo blindado, declarou nesta segunda-feira o ministro búlgaro da Defesa, Nikolaï Svinarov.

Nos últimos dois anos, pelo menos cinco jornalistas estrangeiros ou iraquianos foram mortos pelo Exército americano, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras.

Todo dia, iraquianos anônimos são mortos ou feridos por soldados americanos. "Há pelo menos uns 50 por mês", afirmou nesta segunda-feira, sob condição de anonimato, um responsável do hospital Yarmuk, o maior na margem oeste do Tigre, em Bagdá.

Os soldados americanos não podem ser perseguidos por um tribunal iraquiano. O decreto número 17 da coalizão, que deve vigorar até a adoção de uma Constituição, determina que os membros da Força multinacional obedecem à jurisdição de seus países e não podem, em caso algum, serem detidos por autoridades iraquianas.




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