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Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

O que move corpo, antes aquece coração
Do Diário do Grande ABC
19/05/2020 | 23:59
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Conseguimos medir o valor daqueles que desempenharam para nós o papel de pais quando temos a oportunidade de sermos responsáveis por outro alguém. Situações que, no papel de filhos, criticávamos, acabamos por repetir, sem sequer perceber, por nossas referências.

Espera-se que possamos sofisticar um pouco essa lida à medida da experiência de ter vivido a ‘saga de ser filho’ e denunciar – algumas vezes, só em pensamento –, tudo o que julgávamos errado, anunciando educação mais aderente ao nosso tempo. Mas, quase sempre, em cada posto que ocupamos, entramos como aprendizes, lançando mão, em boa parte, somente das nossas referências.

Várias situações resultam dessa alteração de papéis. Uma delas, quase unânime, é a de que éramos bons filhos diante da educação à qual fomos submetidos, pois a tarefa de educar prescindia de rigor, chegando ao limite da punição física. Porém, quando checamos essa memória com nossos pais, nem sempre as coisas conferem. Talvez seja porque ‘quem bate esquece, mas quem apanha, jamais’. É humano buscar as referências para utilizar em nossas atitudes cotidianas. Porém, é inteligente que essa referência se atualize, a partir de revisão histórica.

A geração hoje no ensino básico é interativa por essência. Logo, as iniciativas que desconsideram esse perfil tendem a fracassar por falta de conexão com a atualidade. A resposta ‘faça porque sou seu pai’ não encontra eco. Autoridade, nesse contexto, passa muito mais pelo respeito (bilateral) do que pelo medo.

Cada criança ou jovem necessita de limites restritivos para se constituir socialmente, mas, também, limites preservados, que assegure a construção saudável da sua intimidade e, por sua vez, da sua identidade. Adultos que invadem os espaços íntimos daqueles pelos quais respondem, vigiando para punir, constroem relação frágil de confiança, impedindo a experiência prática de agir, assumindo as consequências pela sua ação. Essa experiência permite exercitar as escolhas. Afinal, viver é fazer escolhas.

Preservar a intimidade não nos isenta de acompanhar, dialogar e, sempre que possível, participar da vida daqueles pelos quais somos responsáveis. O que diferencia o remédio e o veneno é a dose. Como cada ser humano é único, a alquimia que ajusta a dose adequada acontece na ação de quem participa de perto, ajudando na arte de fazer as melhores escolhas. O que aniquila as relações é a indiferença, pois a atividade educativa necessita de energia – amor ou ódio – para a aprendizagem. E aí, incontestavelmente, o que nos move, antes aquece o coração.

Acedriana Vicente Vogel é diretora pedagógica da Editora Positivo.


PALAVRA DO LEITOR


Burger King
Todos meus amigos, conhecidos e família sabem que sou muito difícil de questionar sobre esse assunto, mas meu filho, 2 anos, de tanto pedir lanche, eu e meu marido resolvemos comprar e escolhemos o Burger King de Diadema. Já começou pelo atendimento, péssimo! O rapaz, ao pegar o dinheiro, se referiu ao meu marido como ‘meu irmão, tem trocado não?’ Espera, como assim? Meu irmão? Mas respiramos e deixamos para lá. Chegando em casa, os lanches estavam hiperduros e frios, mas o Miguel estava superfeliz. Quando pego meu lanche, deparo-me com hambúrguer mordido – sim, mordido! – e mistura que infelizmente estava dando nojo de comer. Fiquei com muita raiva e superinsatisfeita. Alerto a todos para que tomem cuidado.
Juliana Barros
Diadema


Finanças
A Prefeitura de Santo André informou que a arrecadação do município caiu 21% em março e a previsão é a de que essa queda se acentue ainda mais em abril (Política, dia 27). A CNN prevê que 30% de microempresas, lojas pequenas e outros de menor poder econômico vão falir após este evento do coronavírus. Os outros 70% vão passar dificuldades financeiras pelos próximos quatro anos, alguns mais e outros menos, de acordo com suas reservas financeiras. O desemprego vai chegar em 2022 na casa dos 30 milhões, 21% da massa trabalhadora. O Brasil, a partir do fim da quarentena, entrará em depressão econômica (mais que recessão). Portanto, vamos nos preparar para dias difíceis. Tomara que o governo ache luz no fim do túnel e consiga tirar o País dessas maléficas crises de saúde e econômica. Ou pelo menos suavizar. O Brasil e os brasileiros têm que ser maiores que as crises.
Joel Carlos Santos
Santo André

Israel
No dia 21 da abril, diante do quartel-general do Exército em Brasília, em manifestação de bolsonaristas, a bandeira de Israel foi colocada ao lado dos pavilhões dos Estados Unidos e do Brasil. Confesso que senti grande mal-estar com uso desses símbolos de outros países, em meio a movimento doméstico, como que querendo dizer que aquelas nações e seus maiores ideais comungavam das nefastas propostas dos manifestantes tupiniquins, onde o presidente ‘claramente ameaçou a combalida democracia brasileira’. Artigo neste Diário, com o título ‘A Israel que simplesmente não existe’, abordou o assunto, do professor Jean Goldenbaum, da Universidade de Hanover, na Alemanha, músico e integrante do Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil Henry Sobel (Opinião, dia 9). O autor passa então a descrever que Bolsonaro falara para seus públicos prioritários: a extrema-direita e os evangélicos – segmentos neopentecostais, portanto, contemplando motivos políticos e religiosos. E, como afirma o escritor, o presidente comete gigantescos equívocos, nas duas esferas, para não dizer completa ignorância das duas realidades democráticas transnacionais – Israel e Estados Unidos.
Filipe dos Anjos
Diadema

Sem surpresa!
O assustado Nelson Teich abandonou o Ministério da Saúde, e isso não me surpreendeu. Quando, na posse, ele disse que consultou sua família antes de assumir, já via ali burguês carioca, que não conhecia as ruas e que nunca tinha enfrentado adversidades, ou conhecido o mundo fora da sua bolha recheada de mordomias. Facalhão. Saiu quem nunca entrou, disse Villas Boas. Secretários estaduais, parlamentares e autoridades do SUS (Sistema Único de Saúde) já relatavam um Teich perdido. Sempre escoltado pelo general Eduardo Pazuello, ‘número dois’ no ministério, Teich sai pela tangente quando confrontado com temas espinhosos. E, para terminar, quem diria, recorro à fala de personagem que não tem minha aprovação, mas em raro relâmpago de lucidez, Lula disse: Teich parece ‘nunca ter entrado em uma UBS (Unidade Básica de Saúde)’ e que espera ‘nunca’ precisar tomar injeção com ele’.
Marcel Rodrigues Martins
Santo André 




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