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Missa virtual no Dia do Trabalho exalta rede de solidariedade na crise

Com Matriz de S.Bernardo vazia, celebração também fala das dificuldades na pandemia

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
01/05/2020 | 23:59
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Com os bancos vazios, a celebração do 1º de Maio na Igreja Matriz de São Bernardo (batizada Basílica Menor de Nossa Senhora da Boa Viagem), realizada ontem pela manhã e transmitida pela primeira vez pelas redes sociais, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, lembrou dos trabalhadores que têm perdido seus empregos neste momento de crise e exaltou a solidariedade nestes tempos de pandemia.

Ao todo, 170 fiéis acompanharam em tempo real a tradicional missa, que ontem completou 40 anos. O início da cerimônia lembrou daqueles que ao longo do tempo lutaram por direitos trabalhistas e dos que – como autônomos e diaristas –, neste momento, passam por dificuldades por causa da estagnação da economia devido à quarentena determinada pelo governo do Estado como medida contra a proliferação do novo coronavírus.

O pároco da matriz de São Bernardo, Alejandro Cifuentes Flores, que celebrou a missa, lembrou das palavras ditas pelo papa Francisco durante a celebração da Páscoa, na qual pediu aos fiéis que não percam a esperança. “Precisamos aproveitar este momento de crise para destacarmos a rede de solidariedade que estamos vendo. Há muitas pessoas ajudando a paróquia e contribuindo com aqueles que batem à nossa porta. O Cristo venceu a morte, por isso, o bem sempre vence o mal. Somos Igreja, estamos juntos e Deus nunca nos abandona. Não podemos, neste momento, nos deixar contaminar pelo vírus da indiferença. Basta olhar com carinho tudo o que estamos vivendo, porque isso vai passar.”

Mesmo não estando presente, o bispo da Diocese de Santo André, dom Pedro Carlos Cipollini, enviou recado aos fiéis, titulado como perseverar até o fim. “Hoje não se vive do trabalho, se luta para sobreviver, diante de tantos desempregados e subempregados. Vivemos crise social grave também neste momento, junto a período de incertezas e angústia. Mas, em meio à escuridão, há sempre uma luz que brilha. Tenhamos fé e coragem.” 

O bispo também lembrou a importância da celebração no dia de ontem. “Na metade do século passado se atraiu para a região um número grande de operários, tornando o Grande ABC um polo industrial. Nesse momento, também nasceu a consciência do direito de bases e essa realidade foi fortificada pela Igreja, que auxiliou os trabalhadores nos duros tempos de greves. Hoje a realidade não mudou muito”, disse dom Pedro Carlos no recado.

Em certo momento da celebração o capitalismo também foi lembrado pelo pároco, como “sistema que reflete o desemprego e as precárias condições de trabalho”.

Na ocasião, o padroeiro dos trabalhadores, São José Operário, cujo dia também foi celebrado ontem, foi lembrado por diversas vezes, afinal, foi ele o responsável por ensinar o trabalho de carpintaria a Jesus Cristo, na oficina de Nazaré. “Essa data é marcada no mundo inteiro e nos faz pensar em cada um de nós, que devemos seguir inspirados na palavra de Deus e a caminhar com esperança”, completou o pároco.




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