Com Matriz de S.Bernardo vazia, celebração também fala das dificuldades na pandemia
Com os bancos vazios, a celebração do 1º de Maio na Igreja Matriz de São Bernardo (batizada Basílica Menor de Nossa Senhora da Boa Viagem), realizada ontem pela manhã e transmitida pela primeira vez pelas redes sociais, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, lembrou dos trabalhadores que têm perdido seus empregos neste momento de crise e exaltou a solidariedade nestes tempos de pandemia.
Ao todo, 170 fiéis acompanharam em tempo real a tradicional missa, que ontem completou 40 anos. O início da cerimônia lembrou daqueles que ao longo do tempo lutaram por direitos trabalhistas e dos que – como autônomos e diaristas –, neste momento, passam por dificuldades por causa da estagnação da economia devido à quarentena determinada pelo governo do Estado como medida contra a proliferação do novo coronavírus.
O pároco da matriz de São Bernardo, Alejandro Cifuentes Flores, que celebrou a missa, lembrou das palavras ditas pelo papa Francisco durante a celebração da Páscoa, na qual pediu aos fiéis que não percam a esperança. “Precisamos aproveitar este momento de crise para destacarmos a rede de solidariedade que estamos vendo. Há muitas pessoas ajudando a paróquia e contribuindo com aqueles que batem à nossa porta. O Cristo venceu a morte, por isso, o bem sempre vence o mal. Somos Igreja, estamos juntos e Deus nunca nos abandona. Não podemos, neste momento, nos deixar contaminar pelo vírus da indiferença. Basta olhar com carinho tudo o que estamos vivendo, porque isso vai passar.”
Mesmo não estando presente, o bispo da Diocese de Santo André, dom Pedro Carlos Cipollini, enviou recado aos fiéis, titulado como perseverar até o fim. “Hoje não se vive do trabalho, se luta para sobreviver, diante de tantos desempregados e subempregados. Vivemos crise social grave também neste momento, junto a período de incertezas e angústia. Mas, em meio à escuridão, há sempre uma luz que brilha. Tenhamos fé e coragem.”
O bispo também lembrou a importância da celebração no dia de ontem. “Na metade do século passado se atraiu para a região um número grande de operários, tornando o Grande ABC um polo industrial. Nesse momento, também nasceu a consciência do direito de bases e essa realidade foi fortificada pela Igreja, que auxiliou os trabalhadores nos duros tempos de greves. Hoje a realidade não mudou muito”, disse dom Pedro Carlos no recado.
Em certo momento da celebração o capitalismo também foi lembrado pelo pároco, como “sistema que reflete o desemprego e as precárias condições de trabalho”.
Na ocasião, o padroeiro dos trabalhadores, São José Operário, cujo dia também foi celebrado ontem, foi lembrado por diversas vezes, afinal, foi ele o responsável por ensinar o trabalho de carpintaria a Jesus Cristo, na oficina de Nazaré. “Essa data é marcada no mundo inteiro e nos faz pensar em cada um de nós, que devemos seguir inspirados na palavra de Deus e a caminhar com esperança”, completou o pároco.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.