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Domingo, 28 de Abril de 2024

Palavra do Leitor
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Palavra do leitor
Mais humanos do que nunca
Do Diário do Grande ABC
05/04/2020 | 14:42
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Não há como ignorar a pandemia do coronavírus. O mundo está conectado de tal forma que tanto a informação quanto a doença viralizam rápida e massivamente. A sociedade que se prepare para mais transformações. Hoje, de um lado está o medo (quase paranoico) da morte e do sofrimento físico. Do outro, o egoísmo materialista e individualista. E, no meio da história, batalhão de profissionais da saúde e autoridades sérias de governo atuando para proteger vidas, tendo ao lado a companhia de pessoas que resolveram colaborar pelo bem comum. Mas e após tudo isso? A vida voltará ao normal? A expectativa é que não, afinal, o ‘normal’ já deu sinais de fracasso. A vida em sociedade já exige novas e melhores posturas perante o próximo. Ou se cresce ou se cresce. E não vai mais adiantar ficar só no discurso ou na frase bonitinha de rede social. É preciso atitude.

No livro Ensaio Sobre a Cegueira, o escritor português José Saramago cria situação limite para o ser humano. Pessoas são acometidas subitamente por ‘cegueira branca’ e precisam ser isoladas. No caos social, o autor expõe a crueldade, o egoísmo, a competitividade, a indiferença, a exploração e outras misérias de que as pessoas são capazes. No meio de tudo, também brota a solidariedade, a generosidade e a consciência pelo bem coletivo. O que se espera é despertar da visão. “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”, diz trecho da obra.

O que vem após a pandemia ninguém sabe. Mas ao que parece é que deve se fortalecer a preocupação com as pessoas. Preocupação esta não só vinda de poderes público e privado, mas também entre as próprias pessoas. Hoje já se pode perguntar: ‘Você é capaz de ficar em casa, privar-se de lazer e trabalho, para preservar vidas de quem você nem conhece?’ Recentemente, o israelense Yuval Noah Harari, professor de história e autor do livro Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, escreveu em artigo no Financial Times: “A humanidade precisa fazer uma escolha: iremos percorrer o caminho da desunião ou adotaremos o caminho da solidariedade global? Se escolhermos a desunião, isso não apenas prolongará a crise, mas provavelmente resultará em catástrofes ainda piores no futuro. Se escolhermos a solidariedade global, será uma vitória não apenas contra o coronavírus, mas contra todas as futuras epidemias e crises que possam assaltar a humanidade no século XXI”.

Serve também para quem se preocupa com a questão econômica do País e a conta a pagar no dia 5. O vírus nos deu aula forçada. Agora sabemos que o trabalho de cada um é importante para todos. E o que realmente tem valor? A crise vai passar e perceberemos que todos demos passo para trás e que, só unidos, será possível voltar a ir em frente.

Nelson Albuquerque é jornalista e escritor de São Caetano.

Estorvo
Política, ciência e jornalismo constituem interfaces do mesmo processo: a construção do bem-estar coletivo. A política estabelece as diretrizes. A ciência pesquisa. O jornalismo divulga. Sucede que esse tripé se rompeu no Brasil. O presidente da República, sem fundamento científico, impõe sua vontade contra o Ministério da Saúde face à pandemia de coronavírus e, em efeito boomerang, volta-se contra si mesmo. A ciência, embora busque soluções, encontra impedimentos impostos pelo presidente. O jornalismo, embora procure divulgar, é bombardeado pela ideologia do mandatário. Enfim, o presidente estorva. O que fazer?

Alexandre Takara
Santo André


Coronavírus
Depois que essa doença, a Covid-19, apareceu, não teve mais nenhuma notícia nas TVs e jornais de mortes de pessoas com câncer, diabete, infarto, acidentes naturais, assassinatos etc. Será que hoje as pessoas só morrem por causa do coronavírus? Ou só interessa para a mídia notícias sensacionalistas, mais ibope e causar pânico à população?


Fernando Augusto Ramalho
São Bernardo


Hora de dar tchau!
Se está ruim para você, caro leitor sensato, imagina para os bolsonaristas, que têm de arrumar uma desculpa por dia para defender o ‘mito’. Bolsonaro, se tivesse o mínimo de inteligência – que não tem –, de perspicácia, honradez, hombridade e quisesse, de fato, o bem da Nação, pediria para sair. Diria que está entregando o cargo porque não tem condições de governar um País como o nosso Brasil. Não deve esperar pelo impeachment, porque este vai acontecer. Tem de acontecer!


Filogônio Mamoré
Limeira (SP)

Há demais!
Concordo plenamente com o leitor Salomão Américo Stil (Na onda, dia 29). O momento de pandemia do novo coronavírus, no qual há mudanças de comportamento e importantes iniciativas para conter a pandemia – incluindo a necessidade de encontrar recursos financeiros para uso na batalha contra esse mal – é propício para revermos a quantidade de políticos em nossas cidades do Grande ABC. Sempre achei que nenhum município necessita de tantos vereadores. Eles já não fazem nada a não ser se meterem em polêmicas. Agora, felizmente os de Ribeirão Pires propõem cortar seus próprios vencimentos e também o do prefeito e seu vice, além de secretários (Política, dia 3). Belíssima ideia! Que esse lampejo de sensatez prospere e seja seguido por todas as outras câmaras da região. Se não fizerem isso, se não cortarem na própria carne, não adiantará, em época de eleição, aparecerem como super-heróis, benfeitores, porque o povo já está ‘vacinado’ contra esses. Metade do dinheiro não gasto com eles será muito bem-vindo no combate à Covid-19. A saúde financeira das cidades agradecerá. Não precisamos de tantos vereadores!


Nice do Carmo Veras
Mauá


Prainha
Venho, por meio desta Palavra do Leitor, reclamar, pois sou visitante da Prainha do Riacho Grande, em São Bernardo, e frequentador dos quiosques, e vejo os comerciantes reclamarem muito a respeito do pier e da má conservação do local, com bancos podres, playground abandonado. Eles falam que sentem saudades do ex-prefeito Luiz Marinho, que fez muito pela Prainha e pelo bairro. E não vemos nenhuma atitude do prefeito Orlando Morando nem do subprefeito Ivar de Souza. Não fazem nada!


Roberto dos Santos
São Bernardo

Ideia de Bolsonaro
O presidente e o vice do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC deveriam estar de brincadeira, próximo ao 1º de abril, quando sugeriram que a população decidisse se deveria ou não mudar o isolamento no combate ao novo coronavírus (Política, dia 31). Queriam jogar nas costas do povo essa importante decisão? Os órgãos de saúde pelo mundo mandam que se continue o isolamento. Na Itália o prefeito de Roma reconheceu o erro de terminar com o isolamento, o que ocasionou milhares de óbitos. E esses dois apareceram com essa conversa? O presidente já admitiu o erro e descartou a medida. Mas o vice, prefeito de Diadema, insiste com essa conversa (Política, dia 2). O Consórcio precisa ser comandado por pessoas sérias e capazes de organizar as coisas. Que procurem ajudar a região. Que providenciem meios para que o povo sobreviva em meio à pandemia. E não venham com ideia macabra como essa! Inadmissível! Ridículos.
Vânia Togato Viegas
São Bernardo

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