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Domingo, 28 de Abril de 2024

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Aqueles anos ufanistas

Vanderlei Antonio Retondo volta aos tempos do Tiro de Guerra de Santo André, separa fotos, relembra fatos e prepara uma bela crônica de costumes. Seu nome de ‘guerra’ era Antonio

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
21/03/2020 | 00:01
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“És a nobre Infantaria/Das armas a rainha/Por ti daria/A vida minha.”

Versos do Hino da Infantaria, composição de Hildo Rangel e Thiers Cardoso.

E o TG chega à Vila Guiomar

Texto: Vanderlei Antonio Retondo</CW>

Vivíamos o ano de 1971. O ufanismo nacionalista corria solto. Tempo de lemas como “Brasil, ame-o ou deixe-o”, e “Ninguém segura esse país”. Ao final de contas, éramos tricampeões mundiais de futebol, o milagre econômico estava no auge e nossa então provinciana cidade começava a se tornar a cosmópolis de hoje. 

Então com 18 anos, fui convocado ao serviço militar no antigo Tiro de Guerra 02-285 de Santo André, cuja sede estava localizada onde hoje existe o terminal Leste do trólebus, servindo na 3ª Cia de Atiradores, sob o comando do segundo sargento Almeida. 

A instrução durava duas horas, das 6h às 8h da manhã e, invariavelmente, atravessávamos as porteiras do trem (sim, havia uma porteira que era utilizada tanto por pedestres como por veículos para atravessar a linha férrea). 

Subíamos pela Rua Coronel Oliveira Lima (futura boulevard) para tomar café na famosa lanchonete da Lojas Americanas, onde hoje existe uma loja de calçados. 

Aos sábados, pois trabalhávamos nos demais dias da semana, ficávamos perambulando pelo Centro da cidade, onde tivemos contato com locais que hoje trazem belas recordações, como a suntuosidade do recém-inaugurado Centro Cívico andreense, magistral obra do arquiteto Rino Levi; o restaurante ‘A Barrica’ da Rua Xavier de Toledo e sua maravilhosa feijoada; das lojas Mesbla e Sears, nosso primeiro contato com lojas de departamentos, na Rua Campos Sales; do recém-inaugurado Jumbo, o primeiro hipermercado da região; e das inevitáveis paradas no Largo Quitandinha, onde a farda rendia uma boa ‘paquera’. 

Dentro dessas recordações, um fato sempre se fez presente em minha memória: a inauguração da nova sede do Tiro de Guerra, no bairro Campestre. 

Fomos informados que marcharíamos até a futura sede, na Rua Silveiras, para um ensaio, pois a inauguração contaria com a presença de um general de divisão (não me recordo o nome) e não seriam admitidas falhas.

A rua acabara de ser asfaltada e ainda guardava resquícios da poeira do antigo leito de terra batida. Inúmeras vezes marchamos para cima e para baixo, apresentamos armas, ficamos em posição de sentido e cantamos o Hino da Infantaria. 

Nos momentos de descanso e sob os olhar atento do sargento, procurávamos livrar nossos coturnos da incômoda poeira. Na pressa alguém se esqueceu de limpar a parte de traz do calçado, no que foi questionado pelo sargento. Percebendo a falha prontamente respondeu: 

– Não se preocupe, sargento, o inimigo jamais me verá pelas costas. 

Os risos foram inevitáveis e o castigo coletivo também. Bons tempos de minha provinciana Santo André! 


Adeus a Luiz Vieira

Texto: Milton Parron

Estando em férias no mês de janeiro, muito longe de São Paulo, em verdade nas serras gaúchas, foi lá em Gramado que recebi com muita tristeza a notícia da morte do cantor, compositor e ótimo profissional do rádio Luiz Vieira, com quem tive o orgulho de estar muito próximo no meu início de carreira, eu na rádio Panamericana e ele, já um nome nacional, na TV Record.

Ambas as emissoras sediadas no mesmo prédio, pertinho do aeroporto de Congonhas, de maneira que volta e meia dividíamos espaço na mesa do restaurante da empresa ou na mesma fila da tesouraria. 

Invariavelmente, se juntavam a nós os também saudosos Adoniran Barbosa e Otello Zeloni. 

Luiz Vieira era uma criatura despojada dessa prepotência estúpida que acomete muita gente quando elas se tornam populares. 

Como ele não precisava, e, hoje, sua memória muito menos precisa de datas especiais para ser lembrado, vou reapresentar um trabalho que produzi em 2008 recordando sua carreira de extraordinário e merecido sucesso e se constitui num grande incentivo para quem está começando. 

EM PAUTA

Rádio Bandeirantes AM (840) e FM (90,9) – Luiz Vieira, Suas Histórias e Seus Grandes Sucessos. Produção e apresentação: Milton Parron. Hoje, às 23h, amanhã, às 5h. 

Na internet: www.radiobandeirantes.com.br/vivo .

Diário há meio século 

Sábado, 21 de março de 1970 – Ano 12, edição 1191

Manchete – Unificação da Alemanha: findo o primeiro diálogo 

São Bernardo – Distrito do Riacho Grande vai ganhar seu primeiro ginásio (5ª a 8ª séries). Funcionará provisoriamente no Grupo Escolar Antonio Caputo.

São Caetano – Mantida a primeira escola destinada ao ensino e à recuperação de surdos e cegos. Local: Vila Santa Maria.

Futebol – Começa hoje (21 de março de 1970) o Campeonato Industrial de Mauá, com a participação de equipes das seguintes empresas: Alcace, Cofap, Coca-Cola, Copalam, Ibrape, Liquigás, Philips, Pigmentos e Refinaria União, mais uma equipe denominada Comércio.

Em 21 de março de...

1920 –Inaugurado o campo do Antarctica FC, à Rua da Mooca. O Antarctica foi um time da Segunda Divisão de São Paulo, vários embates com equipes da região da época.

Em 1938, o campo foi herdado pelo São Paulo FC, hoje o Tricolor do Morumbi.

1940 – Instala-se em São Caetano, no Largo Santo Antonio, o Circo Brasil, da Empresa Soares.

1965 –Toma posse o primeiro prefeito de Rio Grande da Serra, Carlos José da Graça Veiga Carlson, o primeiro vice-prefeito, Graciano Mariano, e os primeiros vereadores:

PDC: Jove José Dotta, Arcenio Figueiredo, Jorge Ota e Francisco Moraes Ramos.

PTB: Euclides Silva Oliveira, Irineia José Midolli (primeira secretária) e Henrique Fonseca Mpreira (presidente).

PSP: José Palmeira da Silva e Vicente João de Rago

Hoje

Dia Mundial da Infância

Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

Santos do dia

- Nicolau de Flue (1417-1487). Padroeiro da Suécia.

Municípios brasileiros

Celebram aniversários em 21 de março:

Em São Paulo, 33 municípios aniversariam hoje, entre os quais: Américo Brasiliense, Barão de Antonina, Barra do Turvo, Borborema e Campo Limpo Paulista.

Em Rondônia: Alvorada D’Oeste.

Em Sergipe: Boquim.

No Rio Grande do Norte: Brejinho.

Em Santa Catarina: Indaial.

Na Bahia, Monte Santo e Tucano.

No Paraná, Telêmaco Borba.

Fonte:IBGE.




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