O presidente Vladimir Putin considerou neste domingo, em entrevista concedida à imprensa dos países membros do G8, "uma estupidez" o pedido de extradição por parte do Ministério Público britânico do russo Andrei Lugovoi, principal suspeito na investigação sobre a morte do ex-agente Alexandre Litvinenko.

"As pessoas que nos enviaram a demanda ignoram que, segundo a Constituição russa, os cidadãos não podem ser extraditados para um país estrangeiro", declarou Putin, também citado pela agência de notícias russa Interfax.

"Se sabem disso e o fazem da mesma forma, trata-se de uma operação de relações públicas e de política. Assim, seja qual for a maneira de se interpretar o assunto, trata-se de pura estupidez", declarou o presidente Putin.

Os britânicos acusam Lugovoi de ter envenenado Litvinenko em Londres no final de 2006. Funcionários russos assinalaram que Lugovoi poderia ser julgado na Rússia se os britânicos apresentarem provas suficientes.

Na entrevista deste domingo, Putin também criticou um mandato de quatro anos para a presidência russa: é "muito curto", afirmou ele, defendendo a idéia de uma duração de cinco a sete anos.

De acordo com os termos da Constituição russa, Putin, que está no segundo mandato, deve deixar o poder após a eleição presidencial de março de 2008. A constituição russa não permite um terceiro mandato.

Alguns apelos foram feitos, no entanto, por parte de dirigentes russos, para que Putin, que se beneficia de pesquisas favoráveis, permaneça no poder após essa data.

Putin participará da reunião de cúpula dos sete países mais industrializados e a Rússia de 6 a 8 de junho em Heiligendamm (Alemanha).