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Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

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Há três meses
Família cobra esclarecimentos
sobre a morte de Lucas

Adolescente desapareceu no dia 12 de novembro do ano passado e foi encontrado morto no Parque do Pedroso; protesto foi realizado hoje no Paço Municipal

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
13/02/2020 | 12:02
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André Henriques/ DGABC


Familiares, amigos e movimentos contra o Genocídio realizaram, na manhã desta quinta-feira (13), por volta das 9h, no Paço Municipal de Santo André, um ato em busca de respostas, após três meses da morte do adolescente Lucas Eduardo Martins dos Santos, de 14 anos, que desapareceu na madrugada do dia 12 de novembro do ano passado, após deixar a casa de uma tia, na favela do Amor, na região da Vila Luzita, na cidade. No dia 15, um corpo foi encontrado na Represa Billings, no Parque do Pedroso, no bairro Parque Miami. Exame de DNA confirmou que o cadáver era do adolescente.

Cartazes, panfletos e gritos como "Lucas presente agora e sempre" reuniram cerca de 30 pessoas pedindo por justiça e resolução do caso. 

Segundo os familiares de Lucas, o caso ainda segue em segredo de justiça e sem respostas concretas sobre o ocorrido. Apontam ainda que, a PM (Polícia Militar) está envolvida no desaparecimento do menino. Dois policiais, integrantes do 41º batalhão, são suspeitos de participarem de abordagem ao jovem na madrugada do dia 12 e foram afastados preventivamente das ruas.

"No laudo do IML (Instituto Médico Legal), saiu como afogamento, mas vimos fotos do Lucas e havia marcas de espancamento. Nos disseram que ele foi tomar banho na represa mais de 1h de manhã e se afogou. Isso não existe", lamenta a tia da vítima, a dona de casa, Izabel Daniela dos Santos, de 35 anos. 

Daniela também solicita que o caso não seja esquecido. "Precisamos que seja analisado também ao circuito de câmeras de segurança do bairro naquele dia. Não temos nenhuma informação sobre essas gravações. Estamos com medo, não sabemos o que pode vir nos próximos dias", observa. 

Articuladora da rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio, Marisa Feffermann, observa que o ocorrido com Lucas não pode cair no esquecimento, justamente, "por também acontecer com outras milhares de pessoas", avalia. "Ninguém sabe de nada, ninguém fala nada e por isso, a luta não pode parar", declara. 

Feffermann também lembra sobre o caso com a mãe de Lucas, Maria Marques Martins dos Santos, condenada por tráfico de drogas, constava como desaparecida há dois anos e foi presa no dia 19 de novembro de 2019 depois de comparecer ao setor de homicídios de Santo André para tentar reconhecer o corpo do filho. Maria segue detida na penitenciária feminina de Santana, na Zona Norte da Capital. "Um cenário muito complicado, que precisa de respostas", finaliza. 

Questionadas, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) e o TJ (Tribunal de Justiça) alegaram que o caso segue em segredo de justiça para preservar as investigações, uma vez que no procedimento se apura morte de menor com repercussão social.




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