As mudanças climáticas globais, traduzidas por fenômenos meteorológicos extremos, ocasionarão perdas econômicas de mais de US$200 bilhões em todo o mundo até o ano de 2050, previram especialistas do DIW (Instituto Alemão de Pesquisas Econômicas de Berlim).

Na Alemanha, onde as inundações no estado da Baviera se apresentam como mostra destas transformações abruptas do clima no planeta, as perdas chegarão a pelo menos 27 bilhões de euros (US$33 bilhões) durante esse período.

O aumento global das temperaturas e das catástrofes causadas por fenômenos meteorológicos extremos elevou em 15 vezes os prejuízos econômicos nas últimas três décadas, frisaram os especialistas.

As inundações em áreas da Baviera, que afetaram também a Áustria e a Suíça, estão avançando aos poucos nas últimas horas e o nível das águas na cidade histórica de Ratisbona alcançou seu nível máximo de seis metros nesta sexta-feira.

Os temores de que as enchentes no Danúbio e no Isar afetassem monumentos como o mosteiro beneditino de Weltenburg, o mais antigo da Baviera (ano 760), se desfizeram com a diminuição dos níveis das águas. O monumento --que abriga uma abadia construída entre 1716 e 1730, jóia do barroco tardio-- foi imediatamente protegido com sacos de areia em seus acessos para evitar que fosse inundado.

O estado de alerta continua vigente no sul da Alemanha devido ao temor de que fortes chuvas voltem a ocorrer nos próximos dias.

A seguradora alemã Hannover Re considerou que as inundações que atingem atualmente a Alemanha, Suíça e Áustria poderão custar até 35 milhões de euros (US$ 43,05 milhões).

Mas "a catástrofe registrada ao sul está relacionada às mudanças climáticas previstas pelos cientistas", afirmou a organização Greenpeace, que pediu que o governo alemão implementasse medidas políticas visando a proteção do clima.

"As ondas de calor e secas na região meridional da Europa, assim como as fortes chuvas na região alpina são situações extremas que mostram a ameaça representada pelo aumento das emissões de gases poluentes", acrescentou a entidade.

Os especialistas do DIW pediram aos governos e políticos de todo o mundo que adotem medidas urgentes para enfrentar as mudanças climáticas globais. "Se for adotada uma ação rápida de proteção do clima poderíamos evitar prejuízos de mais de US$200 bilhões em todo o mundo até 2050, causados por ciclones, tempestades, inundações e secas", ressaltaram.

No último século, a temperatura da Terra aumentou em 0,8 grau centígrado, devido à industrialização e ao aumento das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, como o dióxido de carbono.

Se este panorama permanecer inalterado, no ano de 2100 as temperaturas do planeta se elevarão entre um e 5,5 graus centígrados, e as catástrofes naturais não apenas serão mais freqüentes, como também muito mais intensas.

Na América do Norte serão registrados muito mais tornados e tempestades com velocidades ainda maiores dos ventos, na Ásia haverá provavelmente muito mais inundações, e na Europa, além das ondas de calor e das enchentes, serão registrados também fortes tempestades, tornados e furacões, prevêem os cientistas.