Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Política
>
Editorial
Espera injustificável
Do Diário do Grande ABC
27/01/2020 | 09:04
Compartilhar notícia


O descaso para com pacientes na rede pública de saúde do Grande ABC, assim como de Norte a Sul do Brasil, é de conhecimento de todos já de longa data.

Unidades lotadas, pessoas em macas nos corredores, falta de profissionais, de medicamentos e de outros materiais são situações corriqueiras denunciadas por este Diário ao longo de sua história de quase 62 anos em defesa dos interesses da população das sete cidades. Invariavelmente, os administradores recorrem ao surrado discurso de receitas minguadas para justificar as mazelas a que os moradores são submetidos.

É fato também que a demanda é crescente e a conta não fecha, mas não se pode tapar o sol com a peneira quando se sabe que moradores do Grande ABC, que pagam seus impostos em dia e ajudam a girar a economia, padeçam até sete anos em fila de espera para cirurgias eletivas nos dois únicos hospitais estaduais instalados na região – Mário Covas, em Santo André, e Serraria, em Diadema –, como revela reportagem de hoje deste Diário. É verdade que são procedimentos que podem aguardar mais tempo, pois não envolvem urgência ou emergência.


Mas há que se lembrar que a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que as cirurgias eletivas devem ser realizadas em período de até três meses, sob pena de o quadro se agravar e, problema que poderia ser resolvido, corre risco de se tornar irreversível. Portanto, não é razoável que paciente seja obrigado a aguardar por seis, sete anos para ter o tratamento que é dele por direito. E é dever do município, do Estado e da União garantir recursos e estrutura para que todos sejam atendidos com humanidade e brevidade. Afinal, saúde é questão prioritária.


Essa união de esforços é o ponto de partida que há muito já deveria ter sido acionado, mas, como destaca especialista, é preciso também qualificar o atendimento básico na rede, de modo a evitar que pacientes sejam encaminhados para cirurgias desnecessárias, enquanto quem precisa amarga anos na fila.

Cobra ainda gestão mais eficiente nos hospitais, que só virá com profissionais técnicos capacitados. “Isso é pouco ensinado nos cursos de medicina.” Ou seja, universidades também têm obrigação de entrar nesse jogo. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.