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Mauá turbinou todas as dívidas no atual mandato

Débitos cresceram, em média, 17,5% desde 2016; durante trocas, gasto com pessoal subiu 10,8%

Junior Carvalho
Diário do Grande ABC
18/01/2020 | 23:59
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Nario Barbosa/DGABC


Todas as dívidas da Prefeitura de Mauá aumentaram nos últimos três anos, período em que o comando da cidade foi revezado entre o atual prefeito Atila Jacomussi (PSB) e a vice Alaíde Damo (MDB).

Levantamento feito pelo Diário, com base nos dados das finanças de Mauá dos último quatro exercícios, mostra que, do início do atual mandato (2017) para cá, os débitos da cidade cresceram, em média, 17,5%, em descompasso com a evolução da receita corrente líquida – subiu 15,6%.

O endividamento atinge vários tipos de despesas. As dívidas consolidadas (de longo prazo) subiram de R$ 970,7 milhões no fim do governo do ex-prefeito Donisete Braga (ex-PT, hoje Pros) para R$ 1 bilhão – aumento de 7,1% – no encerramento do primeiro ano de Atila à frente do Paço mauaense. Desde então, esse saldo vem crescendo ano a ano: saltou para R$ 1,15 bilhão em 2018 (incremento de 11,1%) e, no ano passado, chegou a R$ 1,16 bilhão (0,46%). Os dados desse último exercício ainda podem sofrer acréscimo, já que os números do relatório de gestão fiscal dos últimos quatro meses do ano passado ainda não foram publicados.

Nesse mesmo período, a receita corrente líquida de Mauá também aumentou, mas com índices abaixo do patamar das dívidas consolidadas. Em 2017, a arrecadação registrou tímido aumento de 3% em comparação com o exercício anterior (R$ 858,7 milhões para R$ 884,5 milhões). Em 2018, o aumento da receita, ante a de 2017, foi maior: 8% (período em que a dívida consolidada cresceu 11,1%).

FOLHA DE PAGAMENTO - No contexto geral do período, as despesas com folha de pagamento cresceram 17,67%: gasto de R$ 283,2 milhões em 2016 e, no ano passado, de R$ 333,2 milhões. Em análise esmiuçada da evolução da despesa com funcionalismo nesses quatro exercícios, o maior aumento foi registrado em 2018, quando esse tipo de gasto subiu 10,81% em comparação com o exercício anterior: de R$ 289 milhões foi para R$ 320,4 milhões.

Foi em maio de 2018 que Atila foi preso pela primeira vez – no âmbito da Operação Prato Feito – e se iniciou o entra e sai de comissionados na Prefeitura. Quando Alaíde assumia, mandava os aliados de Atila embora e contratava a própria equipe, inclusive de secretários. E vice-versa. Curiosamente, o secretário de Finanças, Valtermir Pereira, foi o único a permanecer no posto.

Ao todo, foram seis mudanças e, consequentemente, gastos frequentes com rescisões – Atila foi preso pela segunda vez, sofreu impeachment e conseguiu voltar sob liminar.

Questionado, o Paço alegou que “sofreu com reduções nos repasses estaduais e federais”. “A cidade também foi prejudicada pelas instabilidades política e jurídica e, com estabilidade restabelecida, gradualmente os índices irão se reequilibrar.” Para sanar as contas públicas, o município afirmou que tem feito “programas de arrecadação tributária, como o Refis, além de outras medidas para aumento de receita, como IPTU(Imposto Predial e Territorial Urbano) Premiado e Nota Fiscal mauaense”. 




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